Da Redação
Com Lusa
O Governo de Portugal anunciou neste dia 11 a compra à empresa brasileira Embraer de cinco aviões KC-390, substitutos dos Hércules C-130, por um total de 827 milhões de euros, após reunião do Conselho de Ministros, em Lisboa.
O negócio inclui também a aquisição de um simulador de voo e a manutenção das aeronaves nos primeiros 12 anos de vida, segundo o ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho.
O primeiro destes aviões de carga e transporte tem entrega prevista à Força Aérea Portuguesa em fevereiro de 2023, seguindo-se mais um por cada ano até fevereiro de 2027.
“É um momento de grande satisfação. Podemos anunciar a resolução de Conselho de Ministros que dá autorização de despesa para a aquisição de cinco aeronaves KC-390 e um simulador e os contratos de manutenção ao longo dos primeiros 12 anos de vida dessas aeronaves. Trata-se de um culminar de um longo processo de diálogo com a Embraer, de parceria e trabalho conjunto no desenvolvimento da aeronave e, por outro lado, um trabalho de negociação para definição do preço e especificações técnicas”, disse o responsável da tutela.
Segundo Gomes Cravinho, “o KC-390 vai substituir a frota de C-130, com já 40 anos de idade e que está no limite da sua utilizabilidade”, com “duplo uso – civil e militar, incluindo combate aos incêndios”.
“Vamos inaugurar uma aeronave que tem características inovadoras porque é de alcance intercontinental. É um avião com dois motores, mas com capacidades que normalmente apenas os aviões de quatro motores conseguem atingir”, disse.
O ministro da Defesa referiu que os atuais C-130 “têm poucos anos de vida útil pela frente”, com “elevado grau de obsolescência tecnológica”, mas vão poder ainda manter-se ativos nos próximos “seis a sete anos”, já que “estão a passar por uma pequena modernização necessária para terem autorização para continuar a voar”.
Em janeiro, o governo português admitiu abandonar o projeto de aquisição de aviões KC-390 caso a Embraer não baixasse os valores pedidos.
“O Estado não quer ver ultrapassado para além deste montante [cerca de 830 ME], estamos numa negociação férrea e começa a prevalecer a opinião de que, se a Embraer não vier para este valor, o Estado português terá de ir para outras opções”, afirmou na altura o general Manuel Rolo no parlamento.