Da Redação
Com Lusa
A secretária de Estados dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação declarou que o objetivo de Portugal na estratégia de financiamento integrado do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) para os países lusófonos é ajudar na construção dos projetos.
“O papel de Portugal, que não é um país beneficiário dos financiamentos do BAD, é ajudar na construção dos projetos” que o BAD vai financiar nos países lusófonos, explicou Teresa Ribeiro.
Em entrevista à Lusa, a governante vincou que Portugal “tem de estar numa fase muito precoce (do desenvolvimento dos grandes projetos), em que as grandes prioridades de desenvolvimento dos países parceiros são transformadas em projetos”.
“Temos de estar ao nível das embaixadas, na identificação das prioridades, temos de estar com a SOFID no desenho dessas prioridades, e depois transformá-las em projetos bancáveis, financiáveis, e contribuir para a construção do próprio esquema de financiamento desses projetos”, explicou Teresa Ribeiro, vincando que “é assim que temos mais hipóteses de associar as nossas empresa e fazê-las intervir numa fase mais prematura de um determinado projeto”.
O objetivo final é ajudar as empresas portuguesas na internacionalização e na obtenção de contratos no estrangeiro, nomeadamente em África, onde o BAD está a criar um programa de financiamento integrado para os países lusófonos.
“Celebrámos já um protocolo para a introdução do português (de apoio aos funcionários do BAD), porque a língua é uma barreira que impede uma ação mais consistente do BAD nos países lusófonos”, acrescentou a governante.
“O BAD está muito interessado em ter um programa específico para o conjunto dos PALOP porque reconhece que apesar da diversidade entre eles, com estádios de desenvolvimento e realidade diferentes, há traços importantes quando se pensa em termos de financiamento e desenvolvimento, como a língua e as matrizes jurídicas muito semelhantes, que são elementos essenciais para o interesse do BAD em desenhar um programa financeiro dirigido ao conjunto dos países lusófonos”, salientou Teresa Ribeiro.
A ideia de um programa de financiamento integrado surgiu quando o presidente do BAD visitou Portugal, no ano passado, e discutiu com o Governo português uma nova abordagem à cooperação devido às enormes necessidades de financiamento que obrigam ao envolvimento dos parceiros financeiros.
O próprio presidente do BAD, Akinwumi Adesina, já tinha assumido esta ideia em entrevista à Lusa em novembro, no final da visita a Portugal, quando disse que o BAD vai “olhar para os países lusófonos de uma maneira diferente, com um compacto entre o BAD e Portugal para ver como olhar para projetos maiores e usar os nossos instrumentos para tirar risco e dar mais escala aos projetos”.