Da Redação
Com Lusa
As câmaras do Porto e Vila Nova de Gaia avaliam “a possibilidade de construir uma nova ponte” sobre o Douro, apontando como “localização mais provável” a zona a montante da ponte Luiz I.
A Câmara do Porto divulgou em dezembro que, “caso avance a ideia da construção de uma nova ponte que una Porto e Gaia, a localização mais provável será a montante da ponte Luiz I”, segundo Rui Moreira [presidente da autarquia portuense] em declaração na sessão da Assembleia Municipal (AM) que decorreu até a madrugada do dia 19.
De acordo com a Câmara, Moreira explicou que a possibilidade de construir esta nova travessia, rodoviária, permitiria deixar o tabuleiro inferior da ponte Luiz I “unicamente para pedestres e ciclovia”, já que o alargamento da zona pedonal desta travessia, equacionada pelo menos desde 2015, levantou “fortíssimas dúvidas” às “autoridades competentes do patrimônio”.
“Antes dessa possibilidade, o ‘pensamento estratégico’ comum partia do alargamento pedonal do tabuleiro inferior da ponte Luiz I. Contudo, as autoridades competentes do patrimônio levantaram fortíssimas dúvidas a esta pretensão”, afirmou o autarca.
Admitindo que o alargamento dos passeios da ponte Luiz I seria “a solução mais simples, em termos do impacto que tem numa paisagem protegida”, Moreira sublinhou ser necessário “entender” as questões suscitadas pelas autoridades do patrimônio, acrescenta o portal.
Neste contexto, o presidente da Câmara do Porto diz existirem “duas soluções alternativas” que envolvem “a edificação de uma nova travessia”.
O independente, que está a cumprir o segundo mandato autárquico, afirmou que “a construção de uma ponte rodoviária a montante da ponte Luiz I parece a mais razoável para os autarcas do Porto e de Gaia”.
“Assim, de acordo com o que tem vindo a ser equacionado, talvez essa nova ponte seja só rodoviária e o tabuleiro inferior da ponte Luís I fique unicamente para peões e ciclovia”, concluiu Rui Moreira.
De acordo com a Câmara, outra solução seria “a construção de uma ponte pedonal a jusante da zona da igreja de São Francisco” mas, na opinião de Rui Moreira, tal cria “variadíssimos problemas”, “devido ao tráfego das embarcações e ao forte impacto ambiental que provocaria”.
“Adicionalmente, não estaria isenta de “problemas de encaixe na margem, não sendo aconselhado o seu enviesamento”, acrescentou.
Desde 2015 que as autarquias do Porto e Gaia equacionam instalar, no tabuleiro inferior da ponte Luiz I, passeios exteriores para peões e ciclistas, bem como uma estrutura de proteção contra queda de pessoas e objetos junto ao tabuleiro superior da ponte, parte integrante do Centro Histórico do Porto, classificado em 1996 como Património Mundial pela UNESCO.
Em fevereiro de 2016, a Infraestruturas de Portugal publicou em Diário da República o lançamento do procedimento pré-contratual para a contratação da empreitada de recuperação do tabuleiro inferior da ponte Luiz I por 1,4 milhões de euros.
Posteriormente, em maio, o Ministério da Cultura disse estar a acompanhar “com atenção” este processo, aguardando as conclusões do Conselho Nacional de Cultura.