Diante de dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), foram os imigrantes de novo que evitaram, por muito pouco, o declínio da população portuguesa.
Da Redação Com Portugal Digital
No final de 2008, a estimativa da população residente em Portugal apontava para 10.627.250 indivíduos, o que traduz uma quase estagnação demográfica por comparação com 2007. De novo foram os imigrantes que evitaram, mas por muito pouco, o declínio da população portuguesa. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de crescimento efetivo voltou a desacelerar ao longo de 2008 e situou-se num valor residual de 0,09%. E mais uma vez, foram os imigrantes, que têm sustentado o crescimento do “stock” demográfico na última década. A sua contribuição é, porém, cada vez menor, pelo que é provável que, no final deste ano e em virtude do regresso forçado de muitos imigrantes devido à crise, se assista ao primeiro recuo da população total desde que a gripe pneumônica dizimou a população portuguesa em 1918. Segundo o INE, em 2008, “em resultado de uma taxa de crescimento migratório de 0,09% e de uma taxa de crescimento natural praticamente nula (a diferença entre nascimentos e mortes foi de apenas 314), a taxa de crescimento efetivo foi de 0,09%, o que reflete um novo abrandamento no crescimento da população”, que havia sido de 0,17% no ano anterior. O número de estrangeiros a residir ou a permanecer de forma legal foi estimado em 443.1021 indivíduos. Fecundidade Ainda assim, a taxa de fecundidade recuperou do mínimo histórico observado no ano anterior. Depois de ter atingindo 1,33 crianças por mulher em 2007, o valor mais baixo observado em Portugal, o índice sintético de fecundidade registrou “uma ligeira recuperação” em 2008 para 1,37 crianças por mulher. Mas a tendência para ter filhos mais tarde foi acentuada. A idade média da mulher ao nascimento do primeiro filho foi de 28,4 anos e a idade média da mulher ao nascimento de um filho foi de 30,2 anos, o que compara com 28,2 e 30 anos, respectivamente, em 2007. Também a aumentar está o universo de bebés nascido de casais em que pelo menos um dos progenitores (pai, mãe ou ambos) é estrangeiro: passou de 11,8% em 2007 para 11,9% no ano seguinte. Ainda segundo o INE, desde 2000, a esperança média de vida à nascença aumentou 2,46 anos para os homens e 2,05 anos para as mulheres, estimando-se para o período 2006-2008 uma esperança média de vida à nascença de 75,49 anos para homens e 81,74 para mulheres. O resultado é uma população mais envelhecida. A população residente em Portugal a 31 de dezembro de 2008 era composta por 15,3% de jovens (com menos de 15 anos de idade), 17,6% de idosos (65 e mais anos de idade) e 67,1% de população em idade activa (dos 15 aos 64 anos de idade). A relação entre o número de idosos e de jovens traduziu-se num índice de envelhecimento de 115 idosos por cada 100 jovens, que compara com 114 em 2007, precisa o INE. Menos casamentos, segundas núpcias e estrangeiros Sem inversão prossegue também tendência de redução dos casamentos. No ano passado, foram registrados 43.228, que compara com 46.329 em 2007. Do total de casamentos celebrados, 23,4% referiam-se a casamentos de segunda ordem ou superior (22,9% em 2007), sendo que 13% (12,3% em 2007) envolveram a união entre portugueses e estrangeiros. Os casamentos desfeitos e que resultaram em divórcio também aumentaram, de 25.411 em 2007 para 26.885 em 2008, representando mais de metade dos novos enlaces.
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