População dos países lusófonos mais do que duplicou nos últimos 50 anos

Ocha/Rita Maingi Moçambicanas e seus filhos deslocados pelo ciclone e cheias na cidade da Beira, em Moçambique

Da redação

O número total da população dos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, CPLP, mais do que duplicou desde 1969.

Segundo o relatório “O estado da população mundial” do Fundo das Nações Unidas para a População, Unfpa, o número total de pessoas a viver nos países de língua oficial portuguesa totaliza 291,4 milhões de pessoas.

O terceiro país com o crescimento demográfico mais significativo foi Moçambique onde a população aumentou de 9 milhões de pessoas, em 1969, para mais de 31 milhões, em 2019.

Há 50 anos, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste tinham uma população de apenas 119,3 milhões, ou seja, menos 172 milhões do que atualmente.

Angola foi o país de língua oficial portuguesa onde o aumento relativo da população foi mais acentuado no período em análise. Em 50 anos, a população cresceu de 6,6 milhões para 31,8 milhões, um aumento de 331%.

No mesmo período, a esperança média de vida avançou dos 37 anos, na década de 60, para os 62 anos de idade em 2019.

O Brasil viu a sua população crescer de 93 milhões para 212,4 milhões nas últimas cinco décadas. A esperança média de vida avançou dos 59 para os 76 anos de idade.

O terceiro país com o crescimento demográfico mais significativo foi Moçambique onde a população aumentou de 9 milhões de pessoas, em 1969, para mais de 31 milhões, em 2019. Os moçambicanos vivem agora, em média, 60 anos, o que compara com os 39 anos, em 1969.

Cabo Verde, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe e Portugal também registaram um aumento da população, mas a um ritmo mais lento.

Avaliando a taxa média anual do crescimento da população desde 2010, Portugal é o único país que apresenta um índice negativo. Em Angola, o número de pessoas continua a aumentar mais 3,4% ao ano, seguida por Moçambique com 2,9% ao ano.

Fertilidade
O relatório do Unfap mostra também a taxa de fertilidade por mulher, ou seja, do número médio de filhos que uma mãe terá até ao fim do seu período reprodutivo. Neste indicador, todos os países lusófonos registam uma evolução negativa ao longo dos últimos 50 anos.

Olhando para os grupos etários, Angola é o país onde a percentagem da população com menos de 14 anos é maior, 46% da população. Portugal é o país com menos jovens, com apenas 13% da sua população abaixo dos 14 anos de idade em 2019.

A tendência de envelhecimento confirma-se quando se analisa a percentagem de pessoas com mais de 65 anos. Em Portugal esta faixa etária representa 22% da população, enquanto que em Angola, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe representa apenas 3% das respectivas populações.

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