Europa e África têm de unir esforços para equilibrar emergência da Ásia – MNE

Da redação com Lusa

 

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Rangel, defendeu neste dia 15 que a Europa e África só serão relevantes no panorama internacional se unirem esforços para equilibrar a emergência da influência da região do Indo-pacífico.

“A Europa e África só serão relevantes no contexto mundial, tendo em conta a deslocação para o Indo-pacífico, se atuarem em conjunto e de igual para igual; a verdadeira capacidade de criar outra centralidade global que não seja apenas o Indo-pacífico é fazermos uma aliança clara entre África e Europa”, disse o governante, à margem da sua intervenção no Eurafrican Forum, que decorre hoje e terça-feira em Carcavelos, nos arredores de Lisboa.

Os dois continentes, argumentou, “estão na mesma longitude, têm o mesmo fuso horário, têm um alinhamento geopolítico semelhante, estão unidos por condições geográficas naturais que fazem da sua cooperação e colaboração a única plataforma para equilibrar as relações do globo, para haver um teatro multipolar, e não um cenário unipolar onde há apenas um teatro ou um centro político para o mundo inteiro”, acrescentou o ministro dos Negócios Estrangeiros.

“Quase todas as grandes ameaças e oportunidades que Europa enfrenta no próximo século vão requerer a cooperação com África, e vice-versa”, salientou o governante, apontando que “a única maneira de ganharem influência a nível global é trabalharem juntos, cada vez mais juntos e em conjunto”, salientou Paulo Rangel.

Portugal, continuou, “é uma porta natural entre Europa e África, é por isso a porta atlântica, a porta da Europa, geograficamente e historicamente”, além da “história partilhada e ligações culturais”.

Esta “herança comum pode ser um ativo no fortalecimento dos laços e garantindo que a Europa e África não são deixados para trás, enfrentando o futuro em conjunto”, concluiu.

Violência política

Paulo Rangel demonstrou hoje preocupação com os níveis de “violência política na sociedade internacional”, referindo-se ao atentado contra o candidato presidencial norte-americano Donald Trump.

“O Governo português, através do primeiro-ministro [Luís Montenegro], logo na manhã de domingo teve a oportunidade de condenar veementemente um ato de violência política inaceitável e intolerável. A nossa posição, sob esse ponto de vista, é claríssima”, declarou Paulo Rangel aos jornalistas, em Carcavelos.

“Mostrámos uma grande preocupação com a subida, eu diria muito preocupante, de níveis de violência política na sociedade internacional”, declarou.

Além do ataque de sábado contra Trump, Rangel lembrou outro atentado recente contra “o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, que ainda está em recuperação de um atentado gravíssimo que sofreu no seu país” e que “a primeira-ministra Mette Frederiksen, da Dinamarca, também sofreu uma agressão, que depois não teve consequências maiores, mas que é altamente problemática”.

“De fato, é preocupante quando vemos que estamos perante uma certa frequência, eu diria mesmo, de atos de violência política que estavam nas últimas décadas banidos dos nossos horizontes”, declarou Rangel.

Sobre este assunto, também o primeiro-ministro divulgou mensagem pelas redes sociais: “Condeno veementemente o atentado cometido contra o ex-presidente Donald Trump, desejando-lhe pronto restabelecimento. A violência política é completamente intolerável e as democracias têm de a combater sistematicamente”.

 

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