“Eu não quero que vocês emigrem, nem hoje nem amanhã” – Líder do PSD

Da redação com Lusa

Neste sábado, em Braga, o presidente do PSD disse, num encontro com jovens, que não quer que eles emigrem “nem hoje nem amanhã”, afirmando que “não há nenhuma grande transformação” que não seja impulsionada por esta faixa etária.

No Mercado Municipal de Famalicão, no distrito de Braga, os quatro oradores – os lideres do PSD e do CDS-PP e os presidentes da JSD e da JP – falaram em cima de um palanque, com microfone de lapela, com as cadeiras dos jovens (e muitos menos jovens) dispostas em círculo.

Para Montenegro, a presença de muitos jovens nesta campanha “é a primeira garantia” que não só a AD vai vencer, como vai “transformar a vida do país”.

“Eu quero-vos cá, nós precisamos de vocês cá, vocês são imprescindíveis para termos uma sociedade justa, uma sociedade produtiva, competitiva, que crie riqueza”, afirmou.

Montenegro passou em revista as medidas do programa da AD dirigidas especificamente aos jovens, como uma taxa máxima de IRS de 15% até aos 35 anos, isenções fiscais na compra da primeira casa ou a promessa de ensino universal e gratuito dos zero aos seis anos.

“É um estímulo para que fiquem cá, eu não quero que vocês emigrem nem hoje nem amanhã”, apelou.

Montenegro disse não ter “nem vontade nem grande interesse em falar do que os outros fazem na campanha”: “A mim o que me interessa é ter os votos não por aquilo que os outros não fizeram, mas por aquilo que nós vamos fazer”, assegurou.

Antes em Amarante e comprometeu-se a criar condições para travar a emigração de jovens, para juntar “a família de Portugal”.

Estratégia

Já a líder da Nova Direita, Ossanda Líber, considerou hoje que “qualquer país soberano” deve ter uma estratégia para a imigração, defendendo que os partidos devem poder falar sobre o tema sem serem apelidados de xenófobos.

“O problema que se passa com a imigração é que as pessoas não querem falar sobre ela. A esquerda acha que falar sobre imigração significa ser xenófobo. Isso é ridículo. Qualquer país soberano deve ter um plano, uma estratégia, ter regras para a imigração”, afirmou a cabeça de lista às legislativas por Lisboa.

Ossanda Liber falava aos jornalistas durante uma arruada na vila de Moscavide, concelho de Loures, inserida na campanha do partido para as legislativas antecipadas do próximo domingo.

Tendo por base algumas das questões que têm vindo a ser levantas nesta campanha sobre a imigração, a líder da Nova Direita disse não compreender como é que o tema pode ser tabu para alguns partidos, nomeadamente para a Aliança Democrática (AD).

“Claro que o PSD tem dificuldade. Como não se afirma, de repente vem o Passos Coelho e diz uma coisa dessas. É algo que o próprio líder do partido devia assumir. Que é uma preocupação nossa [da AD), até para o bem-estar dos próprios imigrantes”, argumentou.

Para Ossanda Líber, deve existir um acolhimento da população imigrante, mas, paralelamente, uma análise e um acompanhamento em termos de habitação e trabalho. “Isso são coisas que o país tem de abordar. Isso não há nada de xenófobo. Nós não temos esse problema”, sublinhou.

Ossanda Líber direcionou também críticas à AD sobre a forma como um dos representantes (Paulo Núncio – CDS-PP) abordou o tema do aborto, considerando que o fez “de forma irresponsável”.

“Já ninguém hoje acredita que seja possível inverter a descriminalização [da interrupção voluntária da gravidez]. Independentemente de nós sermos um partido que defende a vida, nós preferimos estar a trabalhar e sensibilizar as pessoas, para evitarem gravidezes indesejadas, do que voltar para trás”, apontou.

A pouco menos de uma semana das eleições legislativas, a líder da Nova Direita fez um balanço “muito positivo” da campanha e da forma como tem crescido a “notoriedade” do partido.

Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar em 10 de março para eleger 230 deputados à Assembleia da República. A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações.

 

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