“Ao contrário do que dizia a Direita, o futuro dos jovens não é lá fora”

Mundo Lusíada
Com Lusa

O secretário-geral do PS, António Costa, declarou em Torres Vedras, que a direita estava errada porque cada vez menos os jovens pensam emigrar para trabalhar, apontando para a descida da taxa de desemprego também entre a juventude.

 

“Ao contrário do que dizia a direita, o futuro dos jovens não é lá fora, é aqui [Portugal]”, disse António Costa, fundamentando com a descida de 11,2%, para 9,2% da taxa de desemprego, que, como sublinhou, também reduziu 7% entre os jovens.

Perante uma plateia composta na sua maioria por jovens, António Costa, disse que com a aposta no emprego qualificado, quase dois anos após a governação do PS, “hoje há cada vez menos jovens a pensar que o seu futuro é lá fora”.

Rede externa

Em outro lado, também o chefe da diplomacia portuguesa afirmou que “acabou o ciclo negativo de decisões políticas para reduzir” a rede externa do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), onde a regra se tem aproximado de uma contratação por cada saída.

“Finalmente, com este Governo acabou o ciclo negativo de decisões políticas para reduzir a dimensão da rede externa do MNE”, declarou Augusto Santos Silva, numa conferência de imprensa sobre os atos consulares de 2016, no Palácio das Necessidades.

O governante tem lamentado em várias ocasiões o que diz ser a “sangria” no MNE, que nos últimos cinco anos perdeu um quarto do pessoal.

Segundo Santos Silva, “o fim desse ciclo é muito importante, porque permite [ao Estado] estar em melhores condições de responder às necessidades de reposição dos funcionários que vão saindo, por reforma, limite de idade, ou por outro emprego, e ao mesmo tempo, reforçar as estruturas dos países em que razões de natureza conjuntural exigem esse reforço”, como são os casos do Reino Unido e da Venezuela.

Questionado pela Lusa sobre as saídas de funcionários dos serviços externos do ministério, Santos Silva comentou que “o ritmo é elevado, contam-se por várias dezenas as pessoas que abandonam o serviço externo do MNE, em particular os funcionários consulares, sobretudo em razão da idade, porque se trata de uma população relativamente envelhecida”.

O Governo socialista lançou vários concursos “justamente para repor essas saídas”, disse o ministro, que explicou que, no Palácio das Necessidades, a regra geral da administração pública — uma entrada por duas saídas — é aplicada “de uma forma bastante mais flexível, procurando aproximar-se da regra de um por um”.

Antes, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, tinha recordado “o esforço do ministério para corresponder ao aumento continuado da procura dos serviços consulares”.

Em 2016, foi aberto concurso para mais 21 funcionários em posto, nomeadamente no atendimento, e está em conclusão um outro para mais 37 lugares, em que “o atendimento é a principal preocupação”. Entretanto, o MNE recebeu autorização para a abertura de um novo concurso para mais 20 trabalhadores.

No ano passado, foram colocados dez chanceleres e foi decidida também a colocação de três cônsules-gerais adjuntos em Paris, São Paulo e Luanda, bem como de dois encarregados de secção consular em Bruxelas e em Berna. Foi também concluído o concurso para 85 estagiários do programa PEPAC – Programa de Estágios Profissionais da Administração Central.

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