Política para idioma deve ser apresentada à CPLP

Internacionalização da língua, proposta por Portugal, deve ser debatida na Cimeira de 24 e 25 de julho em Lisboa.

Por Mônica Villela GrayleyDa Rádio ONU em NY

Uma nova política para o português, proposta pelo governo de Portugal, deverá ser tema de discussões informais durante o Encontro de Cúpula dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) marcado para 24 e 25 de julho, em Lisboa, capital portuguesa.

Pela proposta de internacionalização do português, o governo de Lisboa deverá investir na promoção do ensino da língua no exterior para ajudar a tornar o idioma, falado por cerca de 235 milhões de pessoas, ainda mais conhecido no mundo.

StatusA iniciativa também prevê a reforma do Instituto Camões especializado no ensino do português como língua estrangeira.

Antes de apresentar ao proposta ao Parlamento, o governo encomendou um estudo para analisar a situação do português no mundo.

O coordenador do paper, o reitor da Universidade Aberta, professor Carlos Reis, disse à Rádio ONU, nesta entrevista exclusiva, que a iniciativa do governo português pretende ajudar a elevar o status do idioma.

Língua Viva"Aqui do que se trata também é de reconhecer a língua portuguesa no plano internacional, dando-lhe um potencial que ela ainda não tem, mas que deve ter devido ao elevadíssimo número de falantes do português", explicou.

Reis disse ainda que a oposição ao Acordo Ortográfico, que busca universalizar a escrita para todos os países lusófonos, não faz sentido. Para ele, a língua é viva e não deve viver fechada.

"Por que haveria de estar fechada à penetração de termos brasileiros, que hoje em dia estão absolutamente incorporados no nosso falar? Mesmo por pessoas que são adversárias do Acordo Ortográfico e que já nem se percebem quando dizem que vão para a fila, em vez de dizer que vão para a bicha, estão a usar um termo que foi importado do português do Brasil e que não prejudicou em nada a autenticidade do português de Portugal. Esta visão de uma língua fechada é uma visão absolutamente obsoleta, nacionalista e retrógrada", afirmou.

ProjetoA política de promoção da língua está sendo capitaneada por Portugal, ainda não se sabe se outros países se somarão ao projeto.

A própria CPLP tem um Instituto Internacional de Língua Portuguesa, Iilp, criado em 1989, e com sede em Cabo Verde, na África.

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