Polícia investiga influência de Lula em financiamento de obra em Angola

Da Redação
Com Lusa

LuladaSilvaA Polícia Federal investiga se o ex-Presidente do Brasil, Lula da Silva, teve alguma influência indevida na libertação de financiamentos do banco BNDES para a construção de uma hidroelétrica em Angola pela construtora brasileira Odebrecht.

A delegada Fernanda Costa de Oliveira, que está à frente da operação, citada pelo jornal Globo, disse hoje que estão a investigar a possibilidade de “tráfico de influência envolvendo ex-agentes públicos, Odebrecht e o (estatal) BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social)”.

O inquérito foi aberto a 23 de dezembro e, desde então, a polícia vem cruzando informações sobre as viagens do ex-chefe de Estado brasileiro a África e de reuniões que teria tido no BNDES.

Segundo a delegada, tudo indica que o financiamento do banco estatal de desenvolvimento para a construtora ocorreu sem irregularidades.

Porém, recaem suspeitas sobre as negociações que levaram o banco a dar dinheiro à Odebrecht que, depois de receber a ajuda, contratou uma empresa aparentemente sem qualificação.

A polícia já descobriu indícios de que a empresa de Taiguara Rodrigues dos Santos, sobrinho da ex-mulher de Lula da Silva, só existia no papel e não teria condições para executar os serviços contratados.

A investigação tem em conta depoimentos e documentos aprendidos nesta sexta-feira no âmbito da Operação Janus.

Ao início da manhã, a Polícia Federal lançou um comunicado dizendo que a operação em causa investiga “a prática dos crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro”.

De acordo com a mesma nota, esta operação foi desencadeada para “esclarecer quais as razões para a Odebrecht ter celebrado contratos, entre 2012 e 2015, com uma empresa de construção civil de pequeno porte com sede em Santos para a realização de obras complexas em Angola”.

No texto lê-se que apenas pelos seus “serviços nas obras de reforma do complexo hidroelétrico de Cambambe”, em Angola, a empresa recebeu “3,5 milhões de reais (879 mil euros)”, embora a obra tenha recebido financiamento do BNDES de “464 milhões de dólares (413 milhões de euros)”.

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