Segundo o delegado, o grupo camuflava a cocaína em meio a volumes de pescado exportado para Portugal, envolvendo empresas estabelecidas nesse ramo nos dois países.
Da Redação
A Polícia Federal concluiu dia 4 de junho a Operação Nações Unidas, que desarticulou uma quadrilha de brasileiros, colombianos, espanhóis e portugueses investigados por associação, financiamento, tráfico internacional e lavagem de dinheiro. Ao todo, dez pessoas foram presas de 31 de maio até dia 3 no Brasil, em Portugal e outros países europeus. Um homem, que também faria parte da quadrilha e estava sendo procurado, foi assassinado no Panamá há duas semanas.
As investigações, que tiveram apoio das polícias dos Estados Unidos, da Espanha, de Portugal, da Colômbia e do Uruguai, duraram cerca de um ano e meio e resultaram em duas denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal (MPF) à 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Foram expedidos 11 mandados de prisão e seis de busca e apreensão nos estados do Pará, de Rondônia, do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Sul e de São Paulo. A Justiça decretou também a apreensão de imóveis, empresas e contas bancárias dos suspeitos, num total estimado em R$ 5 milhões.
A primeira denúncia é sobre lavagem de dinheiro do narcotráfico internacional e envolve cinco pessoas comandadas pelo colombiano Alexander Pareja, residente no Rio de Janeiro. Preso pela Polícia Federal em 2007, sob acusação de lavagem de dinheiro, Pareja foi solto em 2008. Desta vez ele foi preso em Minas Gerais e levado para o Presídio de Divinópolis, em Minas Gerais.
De acordo com o delegado Paulo Teles, responsável pelas investigações, Pareja converteu em bens recursos provenientes do narcotráfico, mediante a aquisição, a partir de 2009, de imóveis e empresas de distintos ramos de atividade econômica. “Eles investiram em postos de combustível, uma construtora e um areal, além de fornecer recursos para uma usina de álcool localizada no interior de São Paulo.” O Ministério Público pediu a instauração de inquérito policial complementar para aprofundar as investigações de outros eventos possivelmente relacionados à lavagem de dinheiro praticada por Pareja, informou Teles.
A segunda denúncia do MPF é sobre uma associação para fins de narcotráfico internacional composta por 12 acusados, entre os quais Henry Alejandro Rodriguez Gallego (El Negro), cunhado de Pareja. Instalado no Rio Grande do Sul, o grupo enviou duas remessas de cocaína para a Europa em outubro e novembro do ano passado.
Segundo o delegado, o grupo camuflava a cocaína em meio a volumes de pescado exportado para Portugal, envolvendo empresas estabelecidas nesse ramo nos dois países. A droga era ocultada no interior de embalagens de gelo gel usadas na conservação dos peixes, que eram despachados de avião pelo Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre.
Caso sejam condenados, os acusados poderão pegar penas de oito a 30 anos de prisão.