Da Redação
A campanha sobre o jogo Baleia Azul, criada pelo Comando Metropolitano da Polícia de Segurança Pública (PSP) de Lisboa, teve início dia 07 de maio com o objetivo de aumentar a consciencialização social das crianças e jovens para os perigos deste jogo. Além de difundir algumas formas de prevenção.
Baleia Azul é um desafio dirigido ao jogador para que complete 50 tarefas, entre as quais cortar o lábio ou infligir cortes no próprio corpo. Os administradores do jogo enviam ainda filmes e músicas que os jovens têm de ouvir, sendo que a última tarefa pode culminar no suicídio.
Para que não abandonem o jogo, os administradores/curadores ameaçam as vítimas dizendo, inclusivamente, que têm em sua posse o local de residência e informações acerca dos seus familiares.
Ao início, a adesão ao Baleia Azul é feita através de conversações nas redes sociais, onde o jogo é apresentado e proposto por amigos. Posteriormente o administrador valida a aceitação da vítima convidada, integrando-a numa aplicação de conversação através da qual passam a interagir.
Segundo A PSP, o curador simula interesse pela vítima, envolvendo-a numa mentira fisicamente autodestrutiva e psicologicamente desestruturante. Se a vítima tentar desistir do desafio, o curador amedronta-a, fazendo-a crer que está a ser vigiada ou que pode ser humilhada.
Na Rússia, provável origem do jogo, segundo as investigações, mais de 100 mortes podem estar relacionadas ao desafio. O nome do jogo está ligado à crença popular de que a baleia-azul tem um comportamento suicida e voluntariamente procura as praias para encalhar.
No Brasil, já houve quatro caso em Minas Gerais ligado ao jogo da Baleia Azul que estão em investigação pela polícia. Em outros dois, um em Pará de Minas e outro em Manhuaçu, duas jovens ingeriram grande quantidade de medicamentos. Em outro, uma mãe registrou ocorrência depois que o filho de 18 anos apareceu com uma baleia desenhada no braço com um objeto pontiagudo. Casos também estão sendo investigados em outros estados como Paraná, Mato Grosso, Pernambuco, Paraíba, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
Em Portugal, o Ministério Público tem em curso três inquéritos, nas comarcas de Setúbal, Portalegre e Faro, relacionados com o jogo “Baleia Azul”, adiantou à Lusa a Procuradoria-Geral da República.
Conteúdo da campanha
A campanha é composta por vários cartazes, que serão difundidos nas principais redes sociais. A intenção da polícia é fazer uma distribuição pelos diversos estabelecimentos de ensino da área metropolitana de Lisboa.
A PSP recomenda também aos pais que mantenham informados sobre os indícios do jogo, para além de falar – de forma aberta – com as suas crianças e jovens para as implicações do mesmo.
Importa ainda que os pais alertem as crianças e jovens sobre os riscos de adicionar desconhecidos e recomendem que apenas a família, amigos e pessoas da escola façam parte da lista de amizades nas redes sociais.
Sinais de alerta
Pela sua natureza, alguns dos desafios do Baleia Azul podem ter resultados visíveis e detetáveis: os golpes feitos por navalhas ou lâminas nos braços e nas mãos, assim como um corte com a palavra «sim» na coxa direita são alguns exemplos.
No mesmo sentido, a saída de casa por volta das 04h20 da manhã ou a publicação nas redes sociais da hashtag #i_am_whale podem indiciar que a pessoa se encontra dentro do jogo.
Os colegas da escola que suspeitarem de algum comportamento deverão alertar os diretores de turma, professores e/ou os psicólogos escolares. As vítimas deverão procurar ajuda psicológica especializada em quadros psicopatológicos com acompanhamento clínico.
A PSP da região relembra que, em caso de emergência, deverá contactar o número 112 e que o número 21 765 42 42 está ao dispor de todos os cidadãos, assim como as equipes da PSP da Escola Segura podem ser chamadas no âmbito das suas atividades diárias.