Pichações em Coimbra põem em risco classificação da UNESCO

Da Redação
Com Lusa

A diretora regional da Cultura do Centro declarou que Coimbra pode perder a classificação como Patrimônio Mundial, por causa das pichações que afetam monumentos e grande parte da região classificada pela UNESCO.

A agência Lusa noticiou na segunda-feira que as pichações na Alta de Coimbra – uma das zonas classificadas pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) – já afetam a zona exterior do criptopórtico romano, a Sé Velha e a Igreja de São Salvador, do século XII, estando presentes em toda a zona do Centro Histórico da cidade, quer em monumentos como o Museu Nacional Machado de Castro quer nas fachadas de casas particulares.

“De todas as capitais de distrito [da região Centro], Coimbra está a ser vandalizada a um ritmo impressionante, desde os monumentos nacionais – coisa que antes não era feita – até todo o espaço classificado como Patrimônio Mundial pela UNESCO”, alertou a diretora regional da Cultura do Centro, Celeste Amaro, que abordou o tema no discurso de apresentação do novo portal Cultura Centro, em Coimbra.

Segundo a responsável, “quem vier renovar a classificação [da UNESCO] vai ficar desolado e podemos, até, perder a classificação”.

“Isto não pode acontecer. Coimbra tem que dar um exemplo a todos e peço a ajuda de todos”, frisou Celeste Amaro, considerando que a preocupação com as pichagens na zona histórica da cidade é “constante”.

Para Celeste Amaro, as pichações que se observam na Alta são “um ato de vandalismo”, recordando que a sua prática é punível pelo Código Penal.

“A zona classificada é de todos nós. Temos a responsabilidade de limpar, mas também de manter”, defendeu.

Depois de a Câmara de Coimbra ter sido confrontada pela agência Lusa para a situação, procedeu à limpeza de algumas pichações nas paredes originais da Sé Velha, bem como à pintura da fachada do Museu Nacional Machado de Castro e das paredes brancas da Igreja de São Salvador, onde ainda são visíveis outras nas portas e pedra do monumento.

Em declarações à Lusa, o presidente do município, Manuel Machado, não descartou a possibilidade de videovigilância na Alta de Coimbra para combater as pichações e pediu um reforço da atuação das autoridades.

Além disso, admitiu que, caso perdurem, vai apelar ao Governo para que haja um endurecimento da legislação.

A UNESCO atribuiu a classificação de Patrimônio Mundial à Universidade de Coimbra, Alta e Sofia, em 2013.

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