Da Redação com Lusa
A Procuradoria-Geral da República (PGR) alertou para o número crescente de fraudes com arrendamentos de casas para férias, estudantes ou a cidadãos estrangeiros, sublinhando que esta prática “ganhou grande expressão nas últimas semanas” em Portugal.
Segundo um comunicado divulgado na quarta-feira pelo Gabinete Cibercrime da PGR, estes “anúncios fraudulentos” são muitas vezes publicados em operadores legítimos de comércio eletrônico, mas também nas redes sociais, nos quais se apresentam imóveis disponíveis para arrendar por um valor mais baixo do que o de imóveis de categoria similar e com fotografias apelativas.
Após um primeiro contato, os responsáveis pelo anúncio fraudulento procuram um contato direto por outras vias, nomeadamente a aplicação Whatsapp, mas nunca por voz.
“O agente criminoso (suposto senhorio) manifesta sempre que o imóvel está disponível de imediato, mas nunca se mostra disponível para que o mesmo seja visitado – alega sempre estar no estrangeiro e, muitas vezes, ser cidadão estrangeiro, não lhe sendo possível vir a Portugal. É frequente a narrativa fraudulenta de o senhorio ter deixado Portugal por motivos relacionados com o seu trabalho”, descreve a PGR.
Em muitos casos, para viabilizar a visita ao imóvel ou a reserva antecipada, é exigida às vítimas um pagamento, geralmente operado por transferência bancária para contas estrangeiras, nas quais é mais difícil identificar os titulares. O Gabinete Cibercrime realça também que já se registaram casos de faturas falsas e de mensagens falsas emitidas como se pertencessem a plataformas de referência do setor de reservas de alojamento para férias.
“Todo o processo é uma encenação que tem apenas em vista criar a expectativa, na vítima, de que encontrou uma casa para tomar de arrendamento e, por essa razão, proceder ao pagamento antecipado de quantias que lhe são pedidas. Este fenômeno criminoso é desenvolvido por grupos profissionais e organizados, que têm o propósito exclusivo de burlar”, alerta a PGR.
A utilização de números de telefone pré-pagos, endereços de ‘e-mail’ criados de forma gratuita na Internet ou perfis falsos nas redes sociais é uma prática recorrente nestas burlas, uma vez que permitem aos responsáveis desaparecerem facilmente após receberem o dinheiro, escapando dessa forma ao controlo pelas vítimas.
Por isso, a PGR recomenda “que se avaliem cautelosamente os anúncios de imóveis ‘online’, bem como os eventuais perfis dos seus autores, sobretudo quando todos os contatos são efetuados por meios digitais”.