Da Redação
Com agencias
A petrolífera brasileira Petrobras, investigada sob suspeita de um esquema de desvios de capitais, divulgou em 28 de janeiro, com atraso, o resultado do terceiro trimestre de 2014, registrando queda nos lucros e ignorando as perdas da corrupção.
O lucro da companhia no trimestre em questão foi de 3,1 bilhões de reais (1,06 bilhões de euros), 09% a menos do que o registrado no mesmo período de 2013 e 38% inferior ao lucro do trimestre imediatamente anterior, o segundo de 2014.
A queda no lucro foi atribuída a um aumento de despesas operacionais e perda dos valores de impostos recolhidos indevidamente entre 1999 e 2002.
O valor divulgado, entretanto, não inclui as perdas estimadas com desvios de dinheiro investigados pela Polícia Federal e nem a perda de valor de ativos devido ao escândalo.
O montante perdido estimado pela companhia ultrapassava os 88 bilhões de reais (30 bilhões de euros), mas não foi incluído no balanço pela falta de consenso quanto à metodologia desse cálculo, afirmou a Petrobras numa nota.
“É impraticável a exata quantificação destes valores indevidamente reconhecidos, dado que os pagamentos foram efetuados por fornecedores externos e não podem ser rastreados nos registros contabilísticos da Companhia”, informou a presidente da companhia, Graça Foster, em nota.
O resultado deveria ter sido divulgado até dia 14 de novembro, mas a empresa que faz a auditoria do balanço, PricewaterhouseCoopers, não deu o aval aos números devido à investigação de corrupção. Após um segundo adiamento, a Petrobras abriu o resultado mesmo sem a auditoria.
A operação Lava Jato, que começou em março, está sendo executada pela Polícia Federal brasileira e já resultou na detenção de dois ex-diretores da Petrobras, chegando ainda a inúmeros executivos ligados a empreiteiras.
A suspeita da investigação é a de que o esquema de corrupção na petrolífera brasileira tenha movimentado cerca de 10 bilhões de reais (3,1 bilhões de euros).
O lucro líquido, segundo a Petrobras, foi decorrente da maior produção de petróleo e Líquido de Gás Natural (LGN), que cresceu 6% no período – 118 mil barris/dia.
