Da Redação
Com Lusa
A falta de interesse dos jovens lusodescendentes pelas “coisas da comunidade portuguesa” é motivo de estudo acadêmico por parte do conselheiro das Comunidades Portuguesas no Canadá, Daniel Loureiro.
Daniel Loureiro, de 28 anos, luso-canadiano a residir em Montreal, pretende com este inquérito “descobrir porque não há uma maior adesão dos lusodescendentes aos eventos da comunidade”.
“O meu objetivo neste estudo, que estará concluído em breve, é de identificar qual é o sentimento que os jovens (lusodescendentes) têm face à comunidade portuguesa e também face a Portugal. Muitas das vezes dizemos que eles não se interessam pelas coisas da comunidade. Mas porque será?” – questionou.
Filho de emigrantes ribatejanos, o mais jovem dos conselheiros das Comunidades Portuguesas, no cargo desde 2015, explicou que o objetivo do estudo “é mesmo encontrar respostas para o problema”.
“Temos sempre aquele pressentimento e ideia que existe, de que os jovens não se interessam por várias razões. Mas nunca lhe fizemos essa pergunta. Porque será que têm esse sentimento face à comunidade e qual é o seu sentimento face a Portugal, que pode ser diferente”, acrescentou.
O conselheiro das Comunidades Portuguesas sublinhou ainda a importância do estudo no sentido de “poder ajudar a compreender o futuro da comunidade portuguesa”.
No entanto, a falta de interesse pode também surgir no “desinteresse da comunidade pelos jovens”, e a culpa “é um mistério da vida”, alertou.
“Pode existir a falta de interesse por parte de alguns jovens face à comunidade portuguesa, mas sobretudo à imagem que ela projeta. O desinteresse vem perante aquilo que a comunidade deixa parecer. Queremos outras coisas que não sejam só festas e bailaricos”, enalteceu.
Daniel Loureiro está convicto de que os jovens da comunidade “são orgulhos das suas raízes e de pertencerem à comunidade portuguesa” independentemente de estarem em Montreal, Toronto ou noutras cidades do mundo.
Os jovens “têm esse orgulho”, agora há que “preencher esse orgulho” com atividades para “manterem viva a comunidade” que dentro de 40 ou 50 anos terá que se “rejuvenescer”.
Segundo Otava, existem cerca de 480 mil portugueses e lusdescendentes no Canadá.