Mundo Lusíada
Com agencias
Portugal anunciou que vai pedir uma indenização a Comissão Européia pelos prejuízos que os agricultores estão passando com os pepinos, depois da Alemanha ter citado os pepinos espanhóis como causa de uma infecção bacteriana. Os produtores portugueses de legumes já tiveram dois milhões de euros de prejuízos na semana passada devido à quebra no consumo associada ao surto de infeção com a bactéria E.coli.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde afirmou em 03 de junho que há três doentes em observação com suspeita de infeção pela bactéria E.coli, provenientes da Alemanha, que estão a ser sujeitos a exames.
Estes produtores de frutas e hortícolas estão fazendo todo o levantamento dos prejuízos causados para pedir ao Governo eventuais compensações.
O responsável da Federação Nacional de Organizações e Produtores de Frutas e Hortícolas, Domingos dos Santos, aponta para perdas de “vários milhões de euros” e garantiu à Lusa que a situação é bastante grave.
Já em situação de “grande contração do consumo”, Domingos dos Santos alerta para o fato da proibição da Rússia, anunciada dia 02, de importação de produtos hortícolas da União Europeia piorar muito a situação.
“Não interessa se nós [produtores portugueses] exportamos para a Rússia. Desde que se proíba a importação de produtos da UE na Rússia, os produtores espanhóis ou franceses vão pressionar os mercados mais próximos e nós vamos ser garantidamente afetados”.
A redução do consumo de produtos hortícolas, nomeadamente pepino, está a preocupar os produtores, pois trata-se de produtos facilmente deterioráveis. “Se o consumidor para de consumir e especialmente nesta fase em que normalmente o consumo de saladas aumenta, esse produto não vai para o mercado e é para destruir”, concluiu.
O responsável da Portugal Fresh estimou que os agricultores já perderam cerca de duas mil toneladas de produtos hortícolas que não conseguiram escoar ou foram vendidos a preços muito baixos.
Um surto infecioso da bactéria Escherichia coli foi detetado na Alemanha na semana passada, tendo entretanto provocado 18 mortos e afetado milhares de pessoas. Apesar das autoridades terem inicialmente atribuído o surto à contaminação de pepinos espanhóis, a origem da infeção continua desconhecida.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou tratar-se de uma nova estirpe da bactéria nunca antes detetada.