Peça inspirada na vitória de Portugal no Europeu chega a França

Da Redação
Com Lusa

A peça “Kif-Kif”, do Teatromosca, inspirada na final do Europeu de Futebol de 2016, conquistada pela seleção portuguesa, vai estar no Théâtre de la Tête Noire, em Saran, França, de 28 a 30 de junho.

Orientado para o público juvenil, “Kif-Kif” centra-se na final do Campeonato da Europa de Futebol de 2016, que decorreu em França e que ditou a vitória da seleção portuguesa, depois de uma final disputada com a equipe anfitriã.

Na peça, uma equipe portuguesa composta por nove jovens jogadores-atores (não-profissionais), dois jovens profissionais e um treinador-encenador, uma equipe francesa com a mesma composição, e dois árbitros-dramaturgos vão “jogar” uma final em dias mãos.

Com texto original de Jorge Palinhos e Leïla Anis, dirigida por Pedro Alves e Patrice Douchet, “Kif-Kif” é uma coprodução do Teatromosca de Sintra, do Théâtre de la Tête Noire e da companhia Terceira Pessoa, de Castelo Branco, que conta com cenografia de Pedro Silva e design gráfico de Alex Gozblau.

Após a estreia na França, a peça “Kif-Kif” será apresentada, no dia 04 de julho, no Auditório Municipal António Sintra, no Cacém, Sintra, e, em 06 de julho, no Cine Teatro Avenida, em Castelo Branco.

“Kif-Kif”, que deriva do termo árabe ‘kif’, que pode significar igual, é a mais recente etapa do projeto de cooperação internacional Ferry-Book, que une o Teatromosca à companhia francesa, aos quais se junta também, neste momento, a companhia teatral Terceira Pessoa.

Ferry-Book é um projeto que passa pela “criação de relações duradouras” entre estas estruturas de criação e difusão teatral, tendo como base o trabalho que as companhias têm desenvolvido, sobre a literatura dramática e a criação teatral contemporânea.

“Kif-Kif”, que vai contar com a participação de um grupo de 11 jovens portugueses e de 11 jovens franceses, surge depois de, em 2015, o Teatromosca ter estreado na França “Fahrenheit 451”, a partir do texto de Ray Bradbury, e de, em março de 2016, ter acolhido em Portugal a peça “Variations sur ‘Hiroshima Mon Amour'”, pelo Théâtre de la Tête Noire, inspirado na obra de Marguerite Duras, a que se sucedeu também a apresentação em Sintra do espetáculo “The Old Image of Being Loved”, pela Terceira Pessoa.

 

Para o Teatromosca, é “altamente discutível” que haja “um abismo insuperável” entre teatro e desporto, até porque todo o desporto “pode ser uma forma de drama ou um evento mais ou menos teatralizado”.

“Kif-kif” surgiu, segundo o Teatromosca, da ideia traçada pelos dois encenadores de construir um espetáculo a partir de um conjunto de histórias amplamente difundidas nas redes sociais, na sequência da Final do Campeonato da Europa de Futebol de 2016, que opôs Portugal à seleção francesa.

Nesse sentido, as companhias desafiaram dois jovens autores para a criação de um conjunto de textos que serão, na sua fase final, urdidos num único corpo textual.

O espetáculo, legendado, é falado nas duas línguas. O projeto colhe influências das teorias do pensador alemão Hans Ulrich Gumbrecht, que tem procurado defender uma comparação entre os eventos desportivos e as artes performativas, baseado na “produção de presença”, acrescenta a companhia com sede em Sintra.

Assim, o espetáculo assenta sobre uma comunicação direta com os seus espectadores, promovida a partir de uma copresença consciente e assumida dos atores e daqueles que assistem.

Ao mesmo tempo, procura-se assumir o ‘Teatro’ como ferramenta fundamental na intervenção social, cultural e educativa junto de um grupo de jovens em risco de exclusão social, com o objetivo de os levar a assumirem a sua cidadania plena.

A peça resulta de um trabalho que o Teatromosca realizou, entre outubro e dezembro de 2017, com um primeiro grupo de quinze jovens da Casa Seis, instituição privada de solidariedade social, parceira do projeto.

Deste trabalho resultou a peça “Play”, apresentada no auditório municipal António Silva e da qual saíram os nove jovens portugueses que vão participar no espetáculo “Kif-kif”.

A cenografia da peça é de Pedro Silva, o design gráfico de Alex Gozblau, a tradução de Thomas Resendes, o vídeo de Ricardo Reis e a fotografia de Catarina Lobo.

Interpretam “Kif-Kif” Filipe Araújo, Ana Gil, Alexandre Servage, Ariane Von Berendt, nove atores portugueses não-profissionais e nove jovens atores franceses não-profissionais.

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