Da Redação com Lusa
Nesta quinta-feira, o PCP questionou o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal sobre a razão de os trabalhadores consulares e missões diplomáticas no Brasil serem os únicos pagos em reais e não em euros.
Numa pergunta endereçada ao chefe da diplomacia portuguesa, através da Assembleia da República, os comunistas questionam “o que está a impedir a efetivação do mecanismo de correção cambial automática ou a alteração da moeda de pagamento aos trabalhadores consulares e missões diplomáticas no Brasil”, que são os “únicos pagos em reais” (moeda oficial daquele país).
O PCP advoga que há um panorama de “exaustão e desmotivação” entre os trabalhadores, não só por esta situação, mas também por haver funcionários consulares que estão há mais de um ano e meio a aguardar um vínculo.
Com base nesta informação, a bancada comunista quer saber “quantos trabalhadores da rede de Serviços Periféricos Externos não estão inscritos na Segurança Social” e quando é que o executivo prevê corrigir esta situação.
“Para quando prevê o Ministério dos Negócios Estrangeiros abrir concurso de recrutamento para postos consulares”, questiona ainda o grupo parlamentar liderado por Paula Santos.
Nesta semana, o Sindicato dos Trabalhadores Consulares, das Missões Diplomáticas e dos Serviços Centrais do Ministério dos Negócios Estrangeiros (STCDE), declarou que se esgotaram as hipóteses de conversações com o Governo e a categoria avançaria para a greve nos consulados portugueses.
O secretário-geral adjunto do STCDE declarou à TSF que o aviso seria emitido até sexta-feira e a greve começaria no dia 5 de setembro. Na altura, o Presidente de Portugal estará no Brasil para as comemorações do bicentenário da independência, onde os funcionários locais pretendem fazer manifestações.
Mas nesta sexta-feira, o secretário Alexandre Vieira informou sobre a decisão de suspender a entrega do pré-aviso de greve diante da realização de uma reunião, em 05 de setembro, no Palácio das Necessidades, com o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo.