PCP diz que data das eleições legislativas é “incompreensivelmente tardia”

Da Redação com Lusa

Após o presidente português anunciar eleições antecipadas, o PCP considerou hoje que a data de 30 de janeiro escolhida para as eleições legislativas antecipadas é “incompreensivelmente tardia” e dá a sensação de estar condicionada por “candidaturas a lideranças partidárias”.

“É uma data incompreensivelmente tardia e que entra em contradição com a própria declaração do Presidente da República de que devia haver uma clarificação da situação do país o mais rapidamente possível”, disse o deputado comunista António Filipe, em declarações nos Passos Perdidos da Assembleia da República, depois de anunciada a data das eleições.

O membro do Comité Central do PCP acrescentou que a escolha de Marcelo Rebelo de Sousa dá a sensação de que foi escolhida “em nome de conveniências” de “candidaturas a lideranças partidárias”.

António Filipe sustentou que as eleições “podiam ser perfeitamente realizadas mais cedo”, como aconteceu com outros sufrágios, “designadamente para a Presidência da República”.

“Seria perfeitamente possível e adequado que as eleições tivessem lugar no dia 16 ou 23 de janeiro”, argumentou. O dia 16 foi a data que reuniu mais consenso entre os partidos com representação parlamentar durante as audiências com o Presidente da República, no último sábado.

Questionado sobre se estava a referir-se em específico às eleições dentro dos partidos da direita, o deputado confirmou que sim e que o partido não vê “outra explicação para que haja um protelamento artificial da data da realização das eleições”.

A decisão de marcar as eleições para o penúltimo dia de janeiro, reforçou, vai contra “o propósito de as realizar o mais brevemente possível”, mas ao encontro “de posições manifestadas por candidatos” que concorrem para vencer eleições dentro dos próprios partidos.

António Filipe disse que o PCP achava que o país não necessitava de uma crise política, mas rejeitou que isso seja culpa do partido.

“O PCP sempre deixou claro que não trabalhou para que o Orçamento do Estado fosse rejeitado. Ele foi rejeitado porque, efetivamente, houve uma intransigência da parte do Governo, exclusivamente nas suas soluções, e sem ter uma postura de abertura ao diálogo que permitisse viabilizar”, elaborou.

Os comunistas são da opinião de que o cenário de eleições antecipadas não era o único possível, mas concordaram que, “a haver eleições deveriam ser o mais rapidamente possível”.

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