Da Redação
Com Rádio ONU
O embaixador do Brasil junto à ONU, Antonio Patriota, disse que vê um futuro promissor para a Guiné-Bissau e que o passo essencial para que isso aconteça é a realização de eleições gerais livres, justas e democráticas.
Patriota, que é o presidente da Comissão para Consolidação da Paz no país, fez a declaração em pronunciamento no dia 26 no Conselho de Segurança.
“Nós esperamos que esse último atraso para 13 de abril seja o último e que elas possam ser realizadas. Mas a partir da constituição de um governo legítimo, do restabelecimento da ordem e com o apoio da ONU, o país africano e irmão do Brasil tem condições de ser uma nação estável, com boas instituições e democrático” disse ele em entrevista.
O embaixador brasileiro disse que a Guiné-Bissau tem a possibilidade de aproveitar o potencial econômico em benefício de uma população que é relativamente pequena.
Para ele, o país tem um grande potencial agrícola e não há razão para importar alimentos. Patriota citou ainda o potencial dos setores de pesca e de turismo e a riqueza mineral da Guiné-Bissau.
No pronunciamento, Patriota propôs três objetivos realizáveis para o país. O primeiro deles é que o novo governo exerça seu mandato de uma maneira eficaz e que passe o poder para um outro governo democraticamente eleito.
No plano econômico-social, o embaixador brasileiro afirmou ser importante que todos trabalhem para a melhora dos indicadores do país em todos os aspectos, inclusive de educação, saúde, segurança alimentar e desenvolvimento rural.
Militares
Em terceiro lugar, Patriota falou sobre a importância da reforma e da modernização do sistema de defesa e segurança do país. Ele falou sobre o papel dos militares.
“Os militares asseguram a defesa, a segurança do país, mas não se envolvem em política. Protegem os governantes democraticamente eleitos e assim, contribuem para um desenvolvimento que também represente uma evolução positiva do ponto de vista das instituições e da plena cidadania da população de Guiné-Bissau.”
Progresso
No debate no Conselho de Segurança sobre os progressos no processo de estabilização da Guiné-Bissau, o representante do Secretário-Geral para o país, José Ramos Horta, considerou um recorde “surpreendente e impressionante” o desfecho do recenseamento para as eleições marcadas para 13 de abril.
Discursando em inglês de Bissau, por videoconferência, Ramos Horta disse que os dados provisórios apontam para o registro de mais de 770 mil pessoas que correspondem a pelo menos 95% dos eleitores.
O representante afirmou que estão criadas as condições técnicas para a votação e que eles não devem considerar mais nenhum adiamento. Horta pediu uma resposta robusta do Conselho para tentativas de minar as eleições gerais na Guiné-Bissau.