Patrimônio: Rota do Românico vence concurso europeu

A fundação do Mosteiro de São Pedro de Cête, que a tradição atribui a D. Gonçalo Oveques, remonta ao século X.
A fundação do Mosteiro de São Pedro de Cête, que a tradição atribui a D. Gonçalo Oveques, remonta ao século X.

Da Redação
Com Lusa

O projeto “Cuidadores do Patrimônio” da Rota do Românico é um dos 11 vencedores do concurso “Histórias do Patrimônio Europeu 2020”, promovido pelo Conselho da Europa e pela Comissão Europeia.

Em comunicado, a Rota do Românico adiantou que, até março de 2021, acontecem diversas atividades, tais como encontros, reportagens e publicações, para dar a conhecer e valorizar o papel daqueles que, “de forma apaixonada”, asseguram a abertura, a proteção e a divulgação do patrimônio cultural deste trajeto.

Atualmente, a Rota do Românico tem a ajuda de 44 cuidadores do patrimônio, distribuídos pelas diversas capelas, igrejas e mosteiros do seu itinerário de visita no norte de Portugal, sublinhou.

“Pessoas que, orgulhosamente, guardam, vigiam e partilham as histórias do seu monumento, num verdadeiro compromisso de vida, pessoal e familiar”, frisou.

A Rota do Românico salientou que entre as histórias dos colaboradores está, por exemplo, a da Dona Rosinha que zela, há 44 anos, pela igreja do antigo Mosteiro de Travanca, em Amarante, ou a da Dona Maria Odete e da sua irmã que desempenham igual função, há mais 14 anos, na Capela de Fandinhães, no Marco de Canaveses.

O concurso “Histórias do Patrimônio Europeu”, que se realiza anualmente desde 2018 (Ano Europeu do Patrimônio Cultural), reúne testemunhos de cidadãos e comunidades, com a missão de aumentar o conhecimento da herança cultural da Europa, reforçando o sentimento de pertença a um espaço europeu comum.

“Ancorada num conjunto de 58 monumentos”, esta rota pretende “assumir um papel de excelência no âmbito do turismo cultural e paisagístico, capaz de posicionar a região” dos vales do Sousa, Douro e Tâmega “como um destino de referência do românico, estilo arquitetônico que perdurou entre os séculos XI e XIV”.

“Promover o ordenamento do território através da valorização do patrimônio, criar um novo setor produtivo capaz de gerar riqueza, contribuir para a mudança da imagem interna e externa da região, qualificar os recursos humanos da região e contribuir para a criação de uma empregabilidade qualificada” são os objetivos da Rota do Românico.

A Rota do Românico divide-se na realidade em 3 rotas que se ligam entre si por estrada, seguindo os vales dos rios: Rota do Vale do Sousa com 19 monumentos; Rota do Vale do Tâmega com 25 monumentos; e Rota do Vale do Douro, sensivelmente entre Castelo de Paiva e Resende, com 14 monumentos.

Esta região e o seu patrimônio arquitetônico estão indelevelmente associados ao início da nacionalidade portuguesa, já que aqui residiam famílias nobres que ajudaram os primeiros reis na Reconquista cristã do território que é hoje Portugal. Por outro lado, o clero e as ordens religiosas ajudavam a fixar as populações, razão por que num reduzido espaço se concentram igrejas, mosteiros e outros monumentos com caraterísticas arquitetónicas singulares, tendo muitas vezes assumido funções defensivas, marcadas por torres ameadas e contrafortes.

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