Patranhas que nos ensinam

Por Humberto Pinho da Silva

Sempre ouvira dizer que foi Alexander Graham Bell o inventor do telefone. Assim me ensinaram, assim diziam e assim repetia consciente do meu saber…

Mas, como muitas outras patranhas, que nos ensinam, mormente referente à História de Portugal e do Brasil, – só agora é que muitos brasileiros despertaram, graças a Laurentino Gomes e outros investigadores, – o verdadeiro inventor foi António Meucci.

Sobrinho de Meucci, que vivia em Curitiba (Brasil) asseverava que fora o tio António, e não Bell, que inventara o telefone, mas nem amigos nem conhecidos, que com ele lidavam, acreditavam em Ottorino Meucci, conhecido carinhosamente por Neno.

O Professor Sergio Kirdziej, diz no jornal “ O Passarinho”, que sempre que o Neno reafirmava entre amigos, que fora o tio o inventor, o maestro Osvaldo Hohmann, se estivesse presente dizia:

– Sim?! E meu tio inventou a bomba atómica! …

Mas Neno, que já faleceu, tinha carradas de razão. Ora vejamos:

António Santi Giuseppe Meucci, nasceu a 13 de Abril de 1808, em Florença. Frequentou a academia de Belas artes e empregou-se como técnico artístico no Teatro della Perola, em Florença, onde conheceu Ester Mochi, com quem casou, em 1834.

Estudou depois engenharia química e industrial

Participou no movimento da libertação italiano, tendo sido preso. Participou, ainda, na unificação italiana.

Em 1835 emigrou para Cuba, onde trabalhou em Gran Teatro de Tacon.

Em 1850 embarcou para os EUA.

E em 1856, por sua mulher ser doente, inventou o teletromagnético que unia, por fio, o escritório e o segundo andar da residência, para que a mulher pudesse chama-lo, caso necessário.

Devido a dificuldades económicas registou a descoberta com patente provisória.

Vendendo-a, mais tarde, a Bell, que registou em 1876, em seu nome.

Meucci ainda recorreu ao tribunal, mas entretanto falecera.

Só em 2002 é que o Congresso dos Estados Unidos reconheceu, oficialmente, Meucci, como o verdadeiro inventor do telefone.

Quantas invenções, quantos factos históricos, considerados verídicos, não passam de falsidades inventadas, para esconder a verdade?

É que a verdade, em muitos casos, não convêm revelar…

 

Por Humberto Pinho da Silva
De Portugal

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