Mundo Lusíada
Com Lusa
O primeiro-ministro português lançou em 12 de fevereiro um “convite” a quem tem investido em Portugal para criar, através do país, pontes comerciais com todo o mundo, da América do Sul à Ásia, do Oriente a África. “A verdade é que nós precisamos de manter um ritmo adequado das nossas exportações e precisamos de investimento exterior em Portugal porque não temos o capital necessário e adequado”, disse Passos Coelho.
O desafio foi lançado diretamente aos administradores da Mitsubishi Fuso Truck Europe (MFTE), cuja fábrica instalada no Tramagal, Abrantes, assinalou 50 anos de produção automóvel, tendo o primeiro-ministro apontado para África ou América Latina como destinos que podem ser aproveitados pela multinacional.
“Desafio a Mitsubishi a ir para outros mercados, tais como África ou América Latina, assinalo o casamento feliz entre Japão, Alemanha e Portugal, no âmbito da MFTE, e agradeço o valor acrescentado que traz para Portugal”, referiu Pedro Passos Coelho.
O primeiro-ministro referiu ainda a importância das ligações marítimas e da posição geográfica do país para as transações internacionais. “Estamos a preparar-nos para o novo canal do Panamá, que deverá estar concluído em 2015, e para que navios de grande porte possam vir até Sines, talvez o primeiro porto de águas profundas que a Europa oferece ao Atlântico”, notou.
“Temos muitas possibilidades de ampliar o comércio através das rotas comerciais marítimas”, vincou Passos, reiterando a necessidade de atrair investimento externo. Este ‘cluster’ automóvel, tal como outros, ajudam-nos a abrir ao mundo”, ilustrou.
Para preparar a unidade fabril para o futuro, a Daimler Trucks investiu na MFTE um total de cerca de 27 milhões de euros entre 2011 e 2014, inclusive, no sentido da modernização das operações de produção e de um maior desenvolvimento do Fuso Canter no Tramagal.
Deste montante, cerca de 5,5 milhões de euros serão aplicados este ano na aquisição de novo equipamento e no desenvolvimento do veículo elétrico FUSO Canter E-Cell. O Governo português está também a apoiar estas medidas com um investimento de 3 milhões de euros.
Diplomacia portuguesa deve ajudar à afirmação de empresas em novos mercados
Já o vice-primeiro-ministro defendeu, em Vale de Cambra, que, neste “tempo de viragem”, a diplomacia portuguesa deve ajudar à afirmação das empresas nacionais em novos mercados, para que não sejam outros países a aproveitar essa oportunidade.
“Sou altamente favorável a que a diplomacia económica possa fazer tudo o que está ao seu alcance para abrir portas às empresas nacionais em novos mercados”, afirmou Paulo Portas, a propósito do contrato do novo projeto de cinco milhões de euros com o qual a empresa Vicaima pretende aumentar a sua produção de portas e alargar o seu mercado externo de 27 para 34 países.
Para o governante, o risco da inoperância é este: “Se não o fizermos nós, outros governos o farão pelas suas próprias empresas”.
Paulo Portas realçou que, no universo dos 17 mercados apontados como estratégicos para a economia portuguesa, 13 deles já estão incluídos na lista dos países que o Governo pretende contatar ao longo de 2014, em visitas políticas e missões empresariais.
“Temos que contrariar o fato de que, há muitos anos, por quebra de competitividade, Portugal tem perdido atratividade”, observou o vice-primeiro-ministro.
Já no que se refere ao investimento estrangeiro em Portugal, Paulo Portas defendeu que o montante dos impostos, o peso da burocracia, o consenso nacional em torno das questões econômicas e a flexibilidade legislativa laboral são critérios que determinam as escolhas dos investidores externos.