Passos Coelho: País poderia estar crescendo “muito mais” mas o PS não quer

Mundo Lusíada
Com Lusa

PassosCoelhoO presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, declarou que o país podia estar a crescer “muito mais”, mas isso é algo que o Governo PS não quer, pretendendo apenas “iludir” as pessoas para conquistar votos.

“Por isso faz uma coisa que tenho a certeza que repugnaria Sá Carneiro [cuja morte se assinala hoje] e que me envergonha a mim, ou seja, programa de forma demográfica e populista a campanha eleitoral, instrumentalizando o Estado ao serviço dos partidos que o apoiam”, afirmou num almoço de homenagem a antigos autarcas sociais-democratas, em Chaves.

Perante centenas de pessoas, o líder social-democrata frisou que a lei diz que os governos estão obrigados a imparcialidade e isenção em período de campanha eleitoral, mas o Governo de António Costa “fá-lo, programa-o e anuncia-o com antecedência”.

“Vai haver campanha em Setembro, então em Agosto vai haver aumentos extraordinários das pensões e do subsídio das refeições, vai haver eleições em Setembro ou Outubro, então os precários vão entrar todos para o Estado, e isso não é bom”, entendeu.

O ex-primeiro-ministro considerou que uns acham que podem engordar o Estado porque outros lá hão-de aparecer daqui a uns anos para pagar a fatura. “Isto não é uma forma séria de tratar os portugueses”, sustentou.

E acrescentou: “este Governo não quer crescer muito mais, foi uma ambição que abandonou há muito tempo, este governo só quer iludir as pessoas, julgando que com isso consegue conquistar votos”.

Na sua opinião, Portugal poderia estar a crescer “muito mais” e a pagar menos pelas dívidas que os outros contraíram no passado se seguisse “políticas realistas”.

“A crise ficou para trás em 2013, em 2014 crescemos, em 2015 crescemos mais do que agora, podíamos estar a crescer muito mais em 2016 e esperar crescer muito mais em 2017 caso as políticas corretas estivessem hoje a ser adotadas pelo atual governo”, realçou.

Passos Coelho adiantou que o PSD leva Portugal a sério, lição que aprendeu com Sá Carneiro, e não instrumentaliza o Estado, nem usa as pessoas para fins eleitorais e, se for preciso, enfrenta dificuldades pelo bem comum. Segundo ele, “fizemos muito quando estávamos no Governo para que hoje o país pudesse respirar um bocadinho de alívio”.

Passos Coelho adiantou que muito do que fez “não tinha grande espaço de manobra” porque quando não há dinheiro “é assim”, mas muitas das reformas que levou a cabo enquanto governo foi para que o futuro dos portugueses fosse melhor.

Presidente Marcelo Rebelo
Passos ainda falou sobre o presidente nesta semana. “Ainda bem que ele não é o presidente do PSD” disse o líder dos sociais-democratas, referindo-se ao Presidente da República.

O Presidente português respondeu, afirmando que o chefe de Estado não pode ter “preferências” nem “amuos”, considerando que Passos Coelho tem razão quando diz que ainda bem que Marcelo não é presidente do PSD.

Marcelo Rebelo de Sousa considerou que Passos Coelho “tem toda a razão”, por o PSD estar entregue “a quem os social-democratas escolheram” e por o Presidente da República não poder acumular a chefia do Estado com a liderança do partido. O Presidente da República vincou que tem de tratar todos os portugueses “da mesma maneira”.

“O Presidente da República não pode ter preferências nem pode ter amuos. Não pode gostar mais de uns portugueses do que de outros. Tem de gostar igualmente de todos os portugueses”, frisou.

“Eu penso que o país modestamente fez uma escolha que permite a mim servi-lo, sendo Presidente de todos os portugueses, quer dos social-democratas, quer de todos os outros que não o são”, referiu Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas.

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