Mundo Lusíada
Com Lusa
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou nos Açores, que o país tem que começar a pensar no pós-`troika´ de modo a inspirar confiança aos investidores.
“Até junho de 2014 – que é como quem diz daqui a ano e meio – teremos cumprido o memorando de entendimento, não precisaremos mais de ter cá a ´troika´, nem precisamos que a `troika´ ponha cá mais dinheiro”, afirmou, Pedro Passos Coelho, no encerramento do XX Congresso Regional do PSD/Açores em Ponta Delgada.
Por este motivo, considerou que é preciso pensar para que o Estado não pese tanto em impostos aos portugueses, desafiando todas as forças políticas para se envolvam nesse esforço de reflexão.
“Alguém que pense que pode chegar às responsabilidades sem dizer ao país como vai governar e resolver os problemas, cavalgando apenas a insatisfação ou dificuldades, esse nunca inspirará confiança dos portugueses para governar”, salientou.
Para Pedro Passos Coelho, Portugal “não pode empurrar com a barriga”, sendo preciso começar desde já a trabalhar para o depois da `troika´ (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia) e isso não se faz em 2014, alegando que “é importante dizer a todos os portugueses que se queremos inspirar confiança para os investidores temos de falar do futuro”.
“Querem ver isso os nossos países parceiros da União Europeia, os investidores, as agências de ‘raiting’ [avaliação] e os portugueses, que têm que saber com o que é que contam com antecedência”, referiu.
Salientando que não é possível continuar a olhar para o Estado de “forma passiva”, Passos Coelho afirmou que para Portugal se livrar da `troika´ e viver no futuro sem precisar de pedir mais resgates, e sem ter o atual nível de impostos, é preciso reformar o Estado e as suas políticas públicas.
Recessão esperada
Passos Coelho, ainda negou que o país esteja a falhar as metas orçamentais por estar em recessão, alegando que os efeitos recessivos estão dentro do que era expectável.
“Já sabíamos que quando foram pedidos empréstimos externos que Portugal estaria em recessão, porque teria que aplicar medidas de austeridade com efeitos recessivos”, afirmou Passos Coelho, acrescentando que “não é verdade que a real dimensão da recessão seja maior do que a esperada”.
O primeiro-ministro e líder nacional do PSD participou hoje nos Açores no encerramento do XX congresso regional do PSD/Açores, uma sessão que aproveitou para corrigir “mitos” que circulam na sociedade portuguesa.
Passos Coelho assegurou que mesmo que Portugal atingisse o limite superior à previsão em termos de recessão – 3% em 2012, tendo em 2011 sido de 1,6% – significaria que o máximo recessivo nestes dois anos atingiria os 4,6%, sendo que o inicialmente previsto seria 4%.
“Não é honesto comparar Portugal com a situação da Grécia, que vai entrar no quinto ano consecutivo de recessão e terá perdido nesse período quase 25% da sua riqueza”, salientou.
Passos Coelho vincou que o país já teve “circunstâncias mais favoráveis” e vozes que chamaram à atenção para implementar as atuais “mudanças profundas e reformas duradoiras”, mas que foram desperdiçadas.
“O Governo que se tem empenhado neste ano e meio de mandato em cumprir o programa de transformações, ao mesmo tempo que está a corrigir os desequilíbrios, reduzir o déficit do Estado – o que tem sido feito, apesar de haver menos receita fiscal -, o que significa, portanto, que é falso que o Governo não tenha cortado na despesa o suficiente”, referiu.