Por João Aparecido da Luz
Nos quarenta dias que antecederam a Páscoa, festa mais importante da fé cristã, lembramos os 40 dias que Jesus passou jejuando no deserto sendo tentado pelo demônio. O número 40 lembra também os 40 anos do êxodo de Israel desde o Egito à terra de Canaã, os 40 dias que Moisés jejuou no Sinai, os 40 dias que Elias caminhou em direção ao monte Horeb, os 40 dias do dilúvio. Nos 40 dias do período quaresmal os cristãos tiveram a oportunidade de percorrer o caminho que é caracterizado pelo exercício do jejum, da oração, da esmola e porque não dizer do perdão. Este exercício propicia a realização da verdadeira Conversão. A partir de Jesus Cristo a Páscoa toma outro sentido porque a morte foi vencida pela sua ressurreição.
A busca do não egoísmo, o olhar fixo e compadecido para com os nossos semelhantes nos leva ao espírito de partilha com os menos favorecidos. O Tríduo Pascal representado pela paixão, morte e ressurreição de Cristo nos leva à aproximação do dom misericordioso de Deus. A figura tridimensional deste Tríduo nos conduz ao amadurecimento do espírito e da alma para com Deus, em que pese estarmos sempre ameaçados pela força negativa do pecado e da morte. Mas o desejo do cristão é fixar e olhar para a Páscoa alcançando assim a comunhão com o Criador.
Páscoa ou Domingo da Ressurreição é uma festividade cristã que costuma ocorrer entre o dia 22 de março e 25 de abril e serve de base para as demais solenidades móveis do calendário litúrgico anual com exceção do Advento, que é outra data importante dos cristãos. O carnaval também tem sua data estabelecida em função da data pascal.
A comemoração da Páscoa se reveste de uma atitude importante que todo cristão deve reverenciar. Jesus é Aquele que nos estimula a nos deixar invadir pelos ensinamentos que a palavra de Deus nos mostra, pensando na vida como um recomeçar contínuo, com força e esperança sempre renovadas na certeza absoluta de que Deus existe. Nós, cristãos, não temos que procurar a dor, mas quando ela aparece e não há meios de evitá-la, é a fé quem lhe dá sentido e valor. “Para quem não crê em Deus nenhuma explicação é possível; para quem crê nenhuma é necessária”.
Por João Aparecido da Luz
Escritor, autor de “Diário de Viagem” Editora Scortecci