Mundo Lusíada
Com agencias
A comissão executiva do CDS-PP esteve reunida com o líder do PSD, Passos Coelho, para encontrarem “uma solução viável para a governação em Portugal”.
“É essencial no âmbito desse esforço garantir a utilidade efetiva do contributo do CDS no quadro da definição das políticas da maioria”, defendeu o presidente da Mesa do Congresso do CDS-PP, Luís Queiró, que não respondeu a perguntas, não esclarecendo se Paulo Portas permanece na liderança do partido e se a decisão de se demitir do Governo permanece “irrevogável”.
A imprensa portuguesa destaca hoje em suas edições que o então Ministro dos Negócios Estrangeiros Paulo Portas pode transitar para a pasta da Economia. Apesar de não ser nada oficial, a TVi destacou que Portas poderia ir a vice Primeiro-ministro, com a saída de Álvaro Santos Pereira. Esta seria uma das hipóteses em discussão entre os partidos, afim de dar continuidade ao programa de governo, com mais espaço ao CDS.
Preocupação
O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, afirmou que acompanha “a crise política em Portugal com extrema preocupação” e disse esperar uma “clarificação da situação política o quanto antes”.
Numa declaração escrita, José Manuel Durão Barroso sublinhou que, “como já é patente pela reação inicial dos mercados, existe risco evidente que os ganhos de credibilidade financeira de Portugal sejam postos em causa pela instabilidade política” que se vive no país, na sequência do pedido de demissão do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, líder do CDS-PP, parceiro de coligação do PSD no Governo.
A queda de mais de 7% registrada ontem na abertura da sessão da Bolsa de Lisboa foi a mais grave desde Outubro de 1998.
Sampaio: Eleições
O antigo Presidente da República Jorge Sampaio defendeu um Governo de transição para preparar as eleições legislativas, que devem realizar-se no mesmo dia das autárquicas, em 29 de setembro.
“Estamos num momento de verdadeira emergência nacional. Houve aqui 48 horas de irresponsabilidade e de fatos que eu não julgaria possíveis e quem tem responsabilidade de agir tem de agir depressa”, defendeu Jorge Sampaio, em entrevista à agência Lusa.
Para o ex-presidente, “é preciso qualquer coisa que clarifique” a situação política do país e “a única maneira são as eleições”, uma solução que diz levantar um problema. “As eleições em Portugal demoram muito tempo até se poderem realizar, infelizmente, e, [por isso, coloca-se] o problema do Governo de transição, como já houve em Portugal para preparar eleições. (…) Chegou o momento de pensar seriamente que é preciso uma nova legitimidade que abra caminho para várias soluções políticas de outro tipo”, advogou.
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