Da Redação com Lusa
Os deputados do Chega vão manifestar-se no plenário da Assembleia da República portuguesa na sessão de boas-vindas ao Presidente brasileiro, além de integrarem um protesto de rua que está a ser organizado, anunciou o líder do partido.
“O Chega vai manifestar-se também dentro do plenário, mas obviamente não vamos fazer uma manifestação dentro do plenário”, indicou André Ventura em declarações aos jornalistas durante uma visita à Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), afirmando o partido arranjará uma “forma própria de reagir”.
Ventura indicou que os deputados não vão sair do hemiciclo, mas escusou-se a adiantar mais pormenores sobre o protesto que vai acontecer na sessão solene de boas-vindas a Lula no Parlamento, mas cuja data ainda não foi anunciada oficialmente.
O líder do Chega referiu que o presidente da Assembleia da República disse hoje que “não vai admitir violência verbal dentro do parlamento”, mas indicou que o Chega vai fazer-se ouvir “dentro e fora do parlamento naquele dia”.
Questionado se é normal haver violência verbal dentro do parlamento, André Ventura disse que se referia a uma postura “mais aguerrida”, para demonstrar a sua “revolta é grande face à presença de Lula da Silva” em Lisboa.
“Vamos procurar conter-nos, mas ao mesmo tempo ser a expressão das pessoas que lá fora vão expressar essa fúria pela presença de um dirigente, de um Presidente que, na nossa perspetiva, devia estar na prisão”, defendeu.
Como já tinha anunciado na terça-feira, o partido vai organizar também um protesto em frente ao parlamento.
“Seja a 24, seja a 25, seja a 26, nós já informamos a PSP e a câmara municipal que vamos ocupar os três dias de pré-manifestação à frente ao parlamento quando estiver presente o Presidente brasileiro”, indicou André Ventura, esperando que seja “o maior protesto de sempre contra um chefe de Estado em Portugal”.
O Chega está contra o Presidente do Brasil discursar na Assembleia da República, mesmo que não seja na sessão comemorativa do 25 de Abril, mas numa sessão solene de boas-vindas que lhe será dedicada, defendendo que isso é “um excesso” e “uma ofensa” no quadro do combate à corrupção.
O líder do partido de extrema-direita – que apoiou Jair Bolsonaro nas últimas eleições do Brasil – disse também não ter ficado “nada convencido” com a resposta que o presidente da Assembleia da República lhe deu, negando ter organizado com o Presidente da República a participação do chefe de Estado brasileiro, Lula da Silva, na sessão solene do 25 de Abril.