Partido admite impugnar eleições em Angola por contagem “ilegal e anormal”

Da Redação
Com Lusa

O líder do Partido de Renovação Social admitiu vir a impugnar as eleições gerais angolanas realizadas na quarta-feira, cujos resultados provisórios dão vantagem ao MPLA, considerando que “demonstram o cúmulo da falta de transparência”.

“Com certeza da nossa parte poderemos mesmo impugnar os resultados dessas eleições. Se não houver correção e demonstrações de como os resultados apareceram não estamos em condições de reconhecer esses resultados”, disse hoje Benedito Daniel, que é também presidente do PRS, terceiro maior partido da oposição, em declarações à Lusa.

Os resultados provisórios das eleições gerais de 23 de agosto divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) – que também não são reconhecidos pela UNITA e pela CASA-CE – dão a vitória ao MPLA, com 61% dos votos e uma projeção de 150 deputados (maioria qualificada), além da eleição de João Lourenço como próximo Presidente da República.

O PRS surge em quarto lugar, com 1,33% e dois deputados, menos um face a 2012, com Benedito Daniel a afirmar que a contagem decorre de forma “ilegal e anormal”.

Os resultados provisórios das eleições gerais de 23 de agosto divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) – que também não são reconhecidos pela UNITA e pela CASA-CE – dão a vitória ao MPLA, com 61% dos votos e uma projeção de 150 deputados (maioria qualificada), além da eleição de João Lourenço como próximo Presidente da República.

O PRS surge em quarto lugar, com 1,33% e dois deputados, menos um face a 2012, com Benedito Daniel a afirmar que a contagem decorre de forma “ilegal e anormal”.

“Aquilo que a lei estabelece é que os escrutínios pudessem partir das assembleias de voto dos municípios, das províncias e depois desceria para a nacional, realmente isso não aconteceu. Nós vimos resultados brutos a saírem do Centro de Escrutínio Nacional e ainda assim desse centro também não se escrutinou nada e não se sabe a origem dos resultados”, argumentou.

A oposição tem vindo a contestar os resultados eleitorais provisórios, alegando que a contagem paralela que estão a realizar, com base nas atas síntese das mesas de voto, aponta para dados diferentes. O mesmo acontece com o PRS, com o líder do partido a questionar se os resultados divulgados até agora refletem a vontade do povo.

“Se houve fraude nos últimos anos se calhar ainda houve escrúpulo, mas desta vez foi o cúmulo porque não estamos a ver eleições com lisura e transparência. Muito bem que o povo votou em consciência, mas a interrogação é se esses resultados refletem a vontade do povo”, observou.

Para o presidente do PRS, caso os resultados se mantiverem com as “atuais percentagens estranhas”, a CNE “terá de provar a origem dos resultados”.

“Porque a contagem de votos deve ser descendente e não ascendente como estão a ser contados pela CNE, onde os mandatos estão a ser distribuídos a partir de Luanda, o que é ilegal e a própria CNE não sabe de onde os resultados vieram”, afirmou.

Segundo o político, “não se pode entender depois de se distribuir os mandatos provinciais e nacionais é que se escrutina os votos das províncias”. “Para fazer mais o quê? Porque o que vimos foram partidos a aparecerem com um número completo de deputados sem distinção dos respetivos mandatos a nível provincial e nacional”, acrescentou.

Angola realizou a 23 de agosto as quartas eleições gerais, às quais concorreram o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), Partido de Renovação Social (PRS), Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e Aliança Patriótica Nacional (APN).

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