Parlamento português debate cinco projetos para reorganização do CCP

Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, com membros do Conselho da Comunidade Portuguesa

Da Redação com Lusa

Cinco projetos de lei para a reorganização do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) serão debatidos, na sexta-feira, em plenário da Assembleia da República, que discutirá ainda outros diplomas sobre leis eleitorais.

Reivindicada há vários anos pelo CCP, a reorganização deste órgão consultivo do Governo para as questões da emigração avança agora através de cinco projetos de lei, do PS, PSD, PCP, PAN e Chega.

Contudo, e conforme a Lusa já divulgou, este órgão está contra duas propostas do projeto de lei do PS sobre a reorganização do CCP, nomeadamente sobre a limitação de mandatos e a definição de atribuições.

O CCP não concorda com “a limitação de mandatos” defendida pelos socialistas, considerando que “confunde o exercício [de] autarca ou do executivo local com uma função de aconselhamento (inerente ao CCP) de quem lida pelas comunidades e nem tem qualquer poder executivo ou legislativo”.

Por outro lado, também está contra a existência de “atribuições de quem é funcionário de governos ou mesmo de Estado, repassando-as ao CCP, o que extrapola novamente a natureza jurídica deste mero órgão de aconselhamento e dos seus integrantes”.

Tanto a iniciativa socialista como a do PSD convergem no aumento para 90 conselheiros (atualmente são 80), apesar de o CCP propor um aumento para 100.

A alteração da lei que define as competências, modo de organização e funcionamento do Conselho é igualmente proposta em iniciativas do PCP, Pessoas-Animais-Natureza (PAN) e Chega.

O plenário vai ainda discutir um projeto de resolução (PS) que recomenda ao Governo a realização de uma experiência de voto eletrónico presencial em mobilidade nos círculos eleitorais das comunidades e um projeto de lei do PSD que consagra a possibilidade de opção pelo voto por correspondência, em alternativa ao voto presencial, aos eleitores residentes no estrangeiro nas eleições presidenciais e nas eleições europeias, assegurando a implementação, nas próximas eleições europeias, de um projeto-piloto não vinculativo de voto eletrónico não presencial destinado aos eleitores residentes no estrangeiro.

O PAN apresenta neste dia mais três projetos de lei, um que propõe a alteração da Lei Eleitoral para a Assembleia da República, reduzindo para 10 o número de círculos eleitorais e criando um círculo eleitoral da emigração e um círculo nacional de compensação e um outro que propõe o alargamento do direito de voto antecipado no âmbito das eleições para os órgãos das autarquias locais e melhorando o processo eleitoral nos círculos da emigração no âmbito das eleições para a Assembleia da República.

E apresenta um projeto de lei que estabelece o regime jurídico aplicável ao esclarecimento cívico e ao direito de antena no âmbito das eleições para Presidente da República, Assembleia da República, Assembleia Legislativa Regional dos Açores, Assembleia Legislativa Regional da Madeira, Parlamento Europeu e dos órgãos das autarquias locais, bem como no âmbito dos referendos nacionais, regionais e locais.

O PS vai ainda recomendar ao Governo que valorize a participação cidadã nos procedimentos eleitorais, revendo os valores das compensações pela participação nas assembleias de voto e ainda apresentar um projeto de resolução que determina a preparação da codificação da legislação eleitoral.

Ainda nesta área, o plenário debate um projeto de lei do Livre que revê as leis eleitorais, alargando o leque de inelegibilidades para a Assembleia da República, consagra um círculo nacional de compensação e alarga o período de campanha eleitoral e o voto por correspondência às eleições para a Presidência da República, estabelecendo regras relacionadas com os debates televisivos, a remoção da propaganda eleitoral e a possibilidade de missões internacionais de observadores.

Do mesmo partido os deputados irão debater um projeto de lei que consagra um prazo para remoção da propaganda eleitoral e determina que a sua violação constitui contraordenação e um outro que cria uma comissão nacional para debates eleitorais e altera a lei da cobertura eleitoral.

Em debate estará ainda uma petição que visa uma maior conversão de votos em mandatos, melhorando assim a representatividade e o pluralismo.

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