Parlamento manifesta “profundo pesar” por vítimas de inundações no sul do Brasil

Da Redação com agencias

 

O parlamento de Portugal aprovou neste dia 09 por unanimidade um voto de pesar pelas vítimas das inundações no Rio Grande do Sul, no sul do Brasil, manifestando “total solidariedade” com o povo da região.

No voto, apresentado pelo presidente do parlamento, José Pedro Aguiar-Branco, lê-se que “as fortes cheias que têm assolado a região do Rio Grande do Sul, no Brasil, estão a causar várias vítimas desde que começaram, no dia 27 de abril”.

“Além da capital, Porto Alegre, 417 dos 497 municípios da região foram afetados. (…) O número de vítimas mortais tem crescido todos os dias e ultrapassa já uma centena. Há ainda vários feridos, desaparecidos e desalojados”, lê-se segundo avançou a Agencia Lusa.

O texto refere também que as “autoridades estimam que o número total de afetados é já de um milhão e quatrocentas mil pessoas” e os temporais continuam a sentir-se na região, “o que é motivo de preocupação e pode levar a um drama ainda maior”.

“Neste sentido, o presidente da Assembleia da República vem propor que a Assembleia da República delibere manifestar o seu mais profundo pesar por todas as vítimas desta tragédia e expressar a sua total solidariedade com o povo do Rio Grande do Sul”, lê-se.

O número de mortos por causa das inundações no sul do Brasil, confirmados pelas autoridades, subiu para 108 e há 136 desaparecidos, segundo informações divulgadas hoje.

A Defesa Civil do estado do Rio Grande do Sul, o mais afetado pelas tempestades, informou que 107 pessoas morreram em ocorrências relacionadas com as fortes chuvas e que ainda investiga uma outra morte. Já as autoridades do estado de Santa Catarina confirmaram um óbito.

Segundo as autoridades do Rio Grande do Sul, há 136 pessoas desaparecidas e 374 pessoas feridas devido às inundações que afetam diretamente cerca de 1,5 milhões de pessoas e mais de 80% do território do estado.

Mais de 67 mil pessoas estão em abrigos criados para acolher a população retirada das áreas inundadas e de risco e há ainda 164.583 pessoas desalojadas.

Em 425 dos 497 municípios do Rio Grande do Sul há registo de problemas relacionados com o maior desastre climático ocorrido neste estado brasileiro.

Centenas de policiais, bombeiros, soldados e voluntários continuam a trabalhar arduamente para resgatar as pessoas que ainda estão isoladas devido ao alto nível das águas e que começam a sofrer com a falta de alimentos.

Mais chuva nas últimas horas obrigou à suspensão dos trabalhos de resgate em Porto Alegre, capital regional do Rio Grande do Sul, onde ainda existem bairros completamente alagados e o principal aeroporto estará fechado pelo menos até ao final deste mês.

O forte temporal começou na segunda-feira da semana passada e continuou nos dias seguintes, causando grandes danos em estradas, pontes, residências e deixando grande parte da população gaúcha sem luz nem água potável.

Com 11 milhões de habitantes, o Rio Grande do Sul tem sido bastante afetado pelas mudanças climáticas. Depois de sofrer problemas com uma forte seca devido ao fenômeno La Niña, no ano passado a região passou a ser afetada pelo El Niño e registou, em menos de 12 meses, quatro desastres climáticos causados por ciclones extra tropicais e tempestades.

Governo

Técnicos do governo do Rio Grande do Sul estimam que a restauração da infraestrutura pública atingida pelas consequências das fortes chuvas que atingem o estado desde o último dia 26 custarão ao menos R$ 19 bilhões, avançou a agencia Brasil.

Segundo o governador Eduardo Leite, a estimativa é baseada em “cálculos iniciais”, ou seja, o montante necessário pode ser superior ao anunciado na manhã desta quinta-feira.

“São necessários recursos para diversas áreas. Insisto: o efeito das enchentes e a extensão da tragédia são devastadores”, informou Leite, nas redes sociais.

Ainda de acordo com o governador, os cálculos, bem como as ações já delineadas para responder à situação de calamidade pública no estado serão detalhados ainda hoje. “Vamos detalhar as ações projetadas que contemplariam as nossas necessidades.”

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul confirmou, nesta quinta-feira (9), mais duas mortes em consequência das fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde o último dia 26. Com isso, sobe para 107 o total de óbitos confirmados.

Pelo menos 136 pessoas estão desaparecidas, no desastre climático já que afetou 1,47 milhão de pessoas, nos 425 municípios atingidos.

O cavalo que se transformou num dos símbolos da tragédia do RS, e estava ilhado por quatro dias em cima de um telhado, foi hoje resgatado pelo Corpo de Bombeiros.

O animal foi sedado pelos militares e, em seguida, colocado em um bote. A situação da égua, que permanecia de pé sobre o telhado de uma casa rodeada por água no município de Canoas (RS), gerou comoção nas redes sociais.

De acordo com o Grupo de Resposta a Animais em Desastres (GRAD), mais de 2 mil animais foram resgatados desde o início das enchentes registradas no Sul do país, no fim de abril. Além da égua, batizada nas redes sociais de Caramelo, foram resgatados ainda cachorros, gatos, galinhas e porcos. A logística não é simples e mobiliza diversos profissionais e muitos voluntários de diferentes partes do Brasil.

 

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