Da Redação
A presidente brasileira Dilma Rousseff participou do Fórum Econômico Mundial 2014, em Davos, na Suíça. E antes de seguir viagem para Havana, em Cuba, Dilma passou a noite em Lisboa.
O assunto tomou grande repercussão na imprensa já que a escala não havia sido divulgada anteriormente. A oposição criticou e o Planalto só confirmou a parada após as notícias publicadas na imprensa. A presidente ficou cerca de 15 horas em Portugal, sendo que uma parte da equipe se hospedou no mesmo hotel Ritz, e outra parte, no Tívoli. O valor das diárias em que a presidente esteve é de cerca de R$ 27 mil para a suíte presidencial. Também jantou num restaurante de renome da capital portuguesa.
No dia 26 de janeiro, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência divulgou nota afirmando que a escala técnica era obrigatória. “Dependendo de condições climáticas, o Airbus 319 presidencial tem autonomia média em torno de 9 horas e 45 minutos, tempo insuficiente para um vôo direto entre Zurique e Havana. A opção por Lisboa foi a mais adequada, já que se trata do aeroporto mais a oeste no continente europeu com possibilidades de escala técnica”.
A nota do governo contraria ainda a informação de que a presidente tenha passado o sábado em Lisboa, tendo chegado às 17h30, e pernoitado, seguindo viagem na manhã seguinte. “A decisão de fazer um vôo diurno foi tomada pela Aeronáutica a partir da avaliação das condições meteorológicas, que permitiram que o trecho Lisboa-Havana fosse coberto no domingo em 9 horas 45 minutos.”
Porém, ao jornal Folha de São Paulo, o chef português Joachim Koerper, do restaurante Eleven, disse dia 28 que recebeu funcionários da Embaixada do Brasil em Lisboa para uma “vistoria” na véspera da visita da presidente Dilma e de membros da sua comitiva ao local.
Segundo o chef, que também tem restaurantes no Brasil, jantaram com Dilma mais sete pessoas, por um preço “muito mais baixo que 89 euros”. “Foi muito mais barato que um bom restaurante em São Paulo ou no Rio de Janeiro. Mais barato, certamente que no Figueira Rubaya ou no Fasano”, disse o português ao jornal. O restaurante divulgou foto com a presidente nas redes sociais dizendo: “Mais uma personalidade mundial que nos visita”.
Da oposição, o líder do PSDB na Câmara, o deputado federal Carlos Sampaio (SP), avisou que entrará com uma representação na Procuradoria Geral da República (PGR) pedindo investigações sobre os gastos da presidente e sua comitiva em Portugal. Apenas com diárias, Dilma e sua equipe teriam gastado R$ 71 mil, segundo o tucano, que espera o ressarcimento aos cofres públicos. “Vamos tentar reaver o dinheiro”.
O deputado federal Nilson Leitão (PSDB-MT), classificou a situação como “ridícula”. “É inacreditável a presidente mentir para uma nação inteira sobre um ‘passeiozinho’ de fim de semana utilizando o dinheiro público”, apontou o deputado.
Em resposta, questionada pela imprensa em Cuba, a presidente declarou que exige de seus ministros e também “dá o exemplo”. “Quem almoçar ou jantar comigo pague a sua conta. Eu escolho o restaurante porque pago a minha conta” declarou, confirmando ainda que não usa o seu cartão corporativo do qual tem direto de uso. “Quem anunciou que eu estava passando um fim de semana em Lisboa, não sabe fazer as contas”.