Da Redação
As estratégias, objetivos e ações para 2024 são o tema da entrevista de Nuno Rebelo de Sousa, presidente da Câmara Portuguesa de São Paulo sobre as tendências da instituição para este ano, segundo divulgou a Federação das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil. Confira abaixo :
Quais são os principais objetivos estratégicos que a câmara pretende alcançar em 2024 e como eles se alinham com a missão e visão da organização?
NRS: O primeiro objetivo é continuar a fortalecer o crescimento da Câmara Portuguesa de São Paulo, em paralelo com todas as câmaras da Federação – interagindo mais, desenhando mais missões para Portugal, fazendo mais eventos onde possamos mostrar aos empresários brasileiros as vantagens de investir em Portugal – como o interessantíssimo programa de financiamento Portugal 2030 –, e promover o ambiente e oportunidades de negócios entre os nossos países irmãos.
Outro ponto importante é participação na Eurocâmaras, onde assumimos a Vice-Presidência, ajudando a dinamizar eventos entre as câmaras da União Europeia, fortalecendo o Acordo Mercosul, entre a União Europeia e o Mercosul, para que esse acordo possa ter novamente um impulso positivo no sentido de ser assinado, e tentar aproveitar também fundos que venham da União Europeia para dinamizar estas atividades das câmaras europeias aqui no Brasil.
Finalmente, um terceiro ponto estratégico seria aproveitar o convite do Brasil enquanto organizador da Cúpula de Chefes de Estado do G20 que vai ocorrer no final do ano, em novembro no Rio de Janeiro, para apoiar e participar junto com o governo português em todas as reuniões preparatórias para essa cimeira.
Quais iniciativas específicas estão sendo planejadas para promover o crescimento e desenvolvimento das relações comerciais entre Portugal e os estados onde as câmaras estão instaladas no Brasil?
NRS: Devemos divulgar a nossa Câmara em Portugal por meio de eventos, através de parcerias com os associados nossos que já estão em Portugal, brasileiros e portugueses. É importante também a participação no Web Summit do Rio de Janeiro, fazendo a ponte com o Web Summit em Lisboa, trazendo investidores portugueses para o Brasil e de Brasil para Portugal.
Além disso, temos o empreendedorismo como um aspecto crucial para o desenvolvimento econômico. Portanto, é fundamental concentrar alguns esforços em fornecer espaço para novas empresas e criar pontes para startups, construindo um ecossistema mais criativo e diverso. Através de workshops, mentoria e acesso a pitch days, acredito que a Câmara poderá ajudar a impulsionar o sucesso das startups, estimulando a criação de empregos e o crescimento da economia de ambas as nações.
Como a câmara planeja fortalecer sua rede de membros e parceiros ao longo de 2024, e quais serão os principais eventos ou programas para envolvê-los?
NRS: Um dos nossos principais planejamentos será com certeza a dinamização e ampliação da atividade dos comitês, pois é por meio deles que nos chegam os assuntos de interesse dos nossos associados e as melhores iniciativas para eventos e encontros, que por sua vez acabam por nos permitir partilhar contatos e experiências interessantes.
Estaremos muito focados no Programa Portugal 2030, que está mais bem estruturado para atrair investimento brasileiro para Portugal e contamos com a parceria da Aicep e do IAPMEI aqui em São Paulo para promover vários eventos.
Queremos também continuar a promover o crescimento e dinamismo do Comitê de Associados – que iniciou suas atividades neste novo mandato com o debate de temas jurídicos, envolvendo a participação de escritórios, empresas e empreendedores, bem como do Comitê da Mulher Empreendedora e Cultura e do Comitê de Comércio Exterior, os três com uma agenda muito interessante de eventos para 2024, que divulgaremos muito em breve.
Estamos empenhados em fortalecer as missões para Portugal junto à Federação das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil e à Atlantic Hub. Já fazemos hoje a maior missão de empreendedorismo, inovação e tecnologia – o Web Summit em novembro. Também fazemos uma grande missão Agrotech no início de setembro. Queremos fomentar mais missões personalizadas a vários setores, como já fizemos na parte do turismo, da indústria, da saúde, da educação. Está havendo muito investimento brasileiro em Portugal nestas áreas, especialmente da educação, saúde e tecnologia, e nós queremos mostrar isso aos brasileiros.
Quais são os desafios previstos para o próximo ano e como a câmara está se preparando para enfrentá-los, tanto em termos de recursos como de estratégias de adaptação?
NRS: Após a pandemia, o funcionamento das Câmaras e o relacionamento com os associados mudou. Hoje, os associados têm uma maior resistência à participação em eventos online, por exemplo. Portanto, o desafio é trazer o associado para a Câmara, a participar da Câmara.
Em contraponto, a Câmara Portuguesa não deve deixar de lado a modernização de suas operações, oferecendo serviços dinâmicos e soluções de networking digital, facilitando os processos e contribuindo para a agilidade dos negócios.