Mundo Lusíada
Com Lusa
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) reviu em alta a procura mundial de crude em 2015, além de prever um consumo mundial recorde de 94,04 milhões de barris por dia no próximo ano.
No relatório mensal relativo a agosto, a OPEP, constituída por doze países produtores e exportadores de petróleo, prevê o aumento do consumo de crude a nível mundial durante este ano para 92,7 milhões de barris por dia, mais 1,38% face a 2014.
O consumo de crude ao nível do planeta previsto para este ano é superior em 1,28% aos cálculos efetuados há um mês, segundo o relatório.
Em relação a 2016, a OPEP espera “um crescimento da procura mundial de petróleo de 1,34 milhões de barris diários, com um consumo total recorde de 94,04 milhões de barris por dia”, salienta.
A OPEP prevê também um “aumento moderado dos preços” do petróleo, os quais estão atualmente pressionados em baixa devido ao excesso de oferta, a qual está a provocar um desequilíbrio dos preços do “ouro negro” no mercado mundial.
“A procura de crude nos próximos meses deverá continuar a aumentar e, com ela, reduzir-se-á gradualmente o desequilíbrio entre a oferta e a procura”, sublinha o relatório.
O preço de referência do barril da OPEP está a ser vendido, em média, a 54,19 dólares, uma queda superior a 10% em relação à média observada em junho.
Simultaneamente, os preços médios do Brent, que é utilizado como referência na Europa, e do petróleo do Texas (WTI), que serve de referência nos Estados Unidos, caíram 6,9% e 8,9%, respectivamente, para 56,76 e 50,93 dólares o barril, pela mesma ordem.
Segundo a OPEP, a venda generalizada de contratos de crude para entrega futura levou a que os preços do petróleo caíssem. Na base desta decisão por parte dos mercados esteve uma excessiva oferta que superou o crescimento do consumo no mês de julho.
Além disso, “preocupações financeira na China e na Grécia” e o acordo nuclear entre a comunidade internacional e o Irão também contribuíram para a queda dos preços do petróleo, uma vez que este último país é um dos grandes produtores de petróleo do mundo.
A OPEP espera que o Irão, um dos cinco membros fundadores da organização, quando for definitivamente levantado o embargo económico ao país, aumente de “forma considerável” as suas exportações de petróleo.
Fazem parte da organização os países Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Irã, Iraque, Kuwait e Qatar, no Oriente Médio, Angola, Argélia, Líbia e Nigéria na África, e Equador e Venezuela, na AMérica do Sul. Especialistas defendem a entrada do Brasil na OPEP, após a descoberta de petróleo na camada pré-sal em Santos. Apesar de não ser grande exportador, o Brasil está entre os 10 países do mundo com maiores reservas de petróleo.