Por Ígor Lopes
Que Portugal ultrapasse a crise financeira, que as pessoas não abandonem as suas paróquias e que o Brasil seja uma grande potencia internacional. Foram esses alguns dos desejos que o padre português Alfredo da Silva Libório revelou em entrevista ao Mundo Lusíada, no final do ano passado, no Rio de Janeiro. Famoso pelo dom da oratória e pelo carisma e dedicação, padre Libório esteve na cidade maravilhosa em visita pela primeira vez, onde aproveitou para ver familiares, amigos e conhecer igrejas e pontos turísticos. Aos 78 anos de idade, pôde visitar o Pão de Açúcar, Corcovado, as belas praias cariocas e outras localidades que recebem milhares de visitantes todos os anos.
Em Portugal, padre Libório comanda o Santuário de Santa Eufémia, em Parada do Bispo, concelho de Lamego, o Santuário de São Domingos de Gusmão, em Fontelo, concelho de Armamar, e a igreja de Nossa Senhora do Loureiro, em Aldeias, também pertencente em Armamar.
Natural de Passô, uma pequena localidade do concelho de Moimenta da Beira, Alfredo Libório é um homem falante, cheio de histórias para contar e que enxerga a vida com otimismo. Em tom de orgulho, o pároco recordou as belezas da região do Douro, falou sobre religião e disse estar convicto de que Portugal vai vencer todos os obstáculos que tem pela frente.
“Passamos por uma grande transformação. As pessoas vivem ansiosas por uma estabilidade econômica e social. Estamos com diversas dificuldades, mas acredito que vamos vencer a nossa crise”, disse o padre, que acredita que as igrejas portuguesas têm tido uma atividade social de “apoio aos mais desprotegidos”.
Emocionado, Alfredo Libório contou que seu pai, que era alfaiate, e seu irmão viveram por um tempo no Brasil. Este religioso sublinhou também a forma carinhosa como os portugueses são acolhidos em terras brasileiras.
“Vim ao Rio por vontade própria. Vim agradecer aos brasileiros a forma como têm convivido pacificamente com os portugueses e pedir apoios. Que nos ajudem se puderem”, frisou o padre, que visitou os locais onde seu pai costumava “conversar com Deus”.
“Vim rezar onde o meu pai rezava, como, por exemplo, na igreja de Santana”, comentou Libório, que aproveitou o passeio para se encontrar com o Arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta. “Conversamos sobre Portugal. Ele conhece o nosso país, falou dos nossos vinhos e da vida social e humana de Portugal”, contou.
Após 43 anos de vivência no mundo religioso, Libório disse guardar uma boa imagem do Brasil e do Rio.
“O Brasil está a passar por uma grande transformação social. Mas ainda existe uma luta. O Brasil será um grande país e poderá nos ajudar. Espero que o Brasil se transforme numa grande potencia mundial, pois acolhe muita gente”, referiu o padre, que ficou hospedado na casa de uma prima, na Zona Norte da cidade, de 7 de novembro a 1 de dezembro do ano passado.
Por fim, o padre elogiou a preparação, por parte dos cariocas, da Jornada Mundial da Juventude, que vai ter lugar este ano na cidade e que vai receber o Papa Bento XVI. Libório deixou claro que para pensarmos em dias melhores é preciso “conservar o patrimônio histórico e cultural” de Portugal e que as pessoas “não se afastem das paróquias”.