Pacientes com covid-19 são transferidos de Lisboa para Madeira

Da Redação
Com Lusa

Nesta sexta-feira, três doentes dos cuidados intensivos de hospitais de Lisboa vão ser transferidos para o hospital Nélio Mendonça, no Funchal, depois da disponibilidade manifestada pelo Governo da Madeira para receber doentes de covid-19 do continente.

“Hoje, durante a tarde, irão ser transferidos três doentes internados em Cuidados Intensivos, dois do Hospital Beatriz Ângelo e um do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, para o Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal”, adianta um comunicado conjunto dos ministérios da Defesa e da Saúde.

Segundo a mesa fonte, esta transferência de doentes decorre na sequência da disponibilidade manifestada pela Região Autónoma da Madeira para receber doentes críticos do Serviço Nacional de Saúde do continente.

“Os doentes serão transferidos com a necessária autorização das respectivas famílias, num processo que assenta numa estreita articulação entre os Serviços de Medicina Intensiva envolvidos e a Comissão de Acompanhamento da Rede Nacional de Medicina Intensiva (CARNMI), o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), a Força Aérea Portuguesa (FAP) e o Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM)”, refere o comunicado.

O transporte aéreo será assegurado pelo Ministério da Defesa Nacional, através de um avião C130 da FAP, estando “garantidas todas as condições de segurança, quer durante os transportes terrestres quer durante a evacuação aeromédica”, nomeadamente no que se refere às equipes médicas altamente diferenciadas das entidades envolvidas (hospitais, INEM, FAP e SESARAM) que acompanharão em permanência estes doentes, assegurou.

Na sequência da “sobrecarga” que se verifica nos hospitais de Portugal continental, o Serviço de Saúde da Madeira tinha manifestado, na quarta-feira, à ministra da Saúde, Marta Temido, disponibilidade para receber três doentes do continente na unidade de cuidados intensivos.

Em sua rede social, o primeiro-ministro António Costa diz que telefonou a Miguel Albuquerque “agradecendo o apoio do Serviço Regional de Saúde da Madeira para o acolhimento de doentes do continente em unidades de cuidados intensivos”.

“É um gesto muito significativo do espírito de unidade e solidariedade nacional com que temos de enfrentar esta pandemia”, salienta o primeiro-ministro na sua mensagem ao presidente do governo regional.

O transporte aéreo será assegurado pelo Ministério da Defesa Nacional, através de um avião C130 da FAP.

Hospital Lisboa

Neste dia 29, a diretora das urgências do Hospital de Santa Maria, Anabela Oliveira, revelou ao início da tarde que se encontram 60 doentes à espera de internação, admitindo que a unidade hospitalar está “sobrelotada” há alguns dias.

“[…] Neste momento, em que estamos a falar, temos cerca de 60 doentes para internar”, afirmou a profissional de saúde aos jornalistas, junto ao maior hospital do país, localizado em Lisboa.

De acordo com Anabela Oliveira, o Hospital de Santa Maria não tem “qualquer controlo” sobre os doentes que lhe são enviados, porque não é feito nenhum contacto com os médicos e chegam às urgências sem serem referenciados.

“Nós não sabemos se os doentes que estão nas ambulâncias são doentes ligeiros, se são doentes com doença moderada, se são doentes graves. Não há qualquer referenciação, portanto, a montante não temos qualquer controlo”, salientou.

A médica lembrou ainda que há, cada vez mais, doentes com covid-19 de moderada a grave, alertando que abrange todas as faixas etárias.

“Não temos só idosos. Temos pessoas mais jovens, com 30, com 40 e até pessoas com 20 anos. Nós estamos a ter muito doentes com doença moderada a grave com necessidade de internamento. Se não temos capacidade de os internar e fácil de perceber que os doentes vão ‘entupir’ o serviço de urgência”, indicou.

Anabela Oliveira reiterou que o hospital não consegue internar as pessoas que estão nas ambulâncias. “Os doentes que estão nas ambulâncias são doentes que nós não conseguimos trazer para o serviço de urgência”, precisou.

A responsável falava no início da pré-triagem aos doentes para tentar evitar a acumulação de veículos, depois de dias de filas com dezenas de ambulâncias a aguardar nas urgências do Hospital de Santa Maria.

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