Da Redação
De acordo com um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), cinco bilhões de pessoas em todo o mundo permanecem desprotegidas das gorduras trans prejudiciais, aumentando seu risco de doenças cardíacas e morte.
A gordura trans produzida industrialmente é comumente encontrada em alimentos embalados, produtos de panificação, óleos de cozinha e massas. Em conversa com ONU News, a nutricionista Fabiane Alheira, explicou o que é esse tipo de gordura, onde é encontrado e como evitar.
Segundo ela, existem três tipos de gordura saturada. “Temos uma gordura sólida, de origem animal. Nós temos a gordura insaturada, que ela é líquida, de origem vegetal, e nós temos a gordura trans, que é uma gordura que não existe no meio ambiente. É uma gordura que foi desenvolvida pelo ser humano através do processo químico que a gente chama de hidrogenação. Pegamos um óleo líquido vegetal, então pegamos um óleo vegetal e transformamos ele numa gordura vegetal, numa gordura sólida”.
Muitas vezes, um alimento industrializado pode estar no rótulo escrito zero gordura trans, mas na lista de ingredientes, está escrito gordura vegetal. “Então, se existe a expressão gordura vegetal, você já desconfia que, bem possivelmente, aquele óleo passou por um processo de hidrogenação e se transformou numa gordura trans”. Naquela tabela nutricional pode estar ‘Zero Gordura trans’ porque, em alguns países, a legislação permite uma quantidade mínima de gordura hidrogenada por porção, explica.
“É por isso que, muitas vezes, a gente vê uma porção assim: dois biscoitos e meio, três biscoitos. Ninguém come três biscoitos num pacote. Mas se o fabricante colocasse quatro biscoitos, já ia aparecer o percentual de gordura trans. E aí ele não poderia dizer que aquele produto é zero gordura trans”.
A gordura trans está presente na maioria dos alimentos ultraprocessados e industrializados. Pães, bolachas, biscoitos e snacks, sorvetes, chocolate, pizza, hambúrguer, lasanha, raviólis. Não reconhecida pelo nosso organismo, aumenta o colesterol ruim, diminui o colesterol bom, aumenta o risco para doenças coronarianas, diabetes, obesidade, e aumenta o processo inflamatório sistêmico, prejudicando o intestino, segundo a nutri.
“Para a gente ter saúde, a gente precisa ter um estilo de vida saudável e comer comida de verdade” conclui.
Açúcar: vilão das dietas
Cada vez mais pesquisas apontam a relação do consumo frequente e em excesso do açúcar com a principal causa de doenças como obesidade, diabete, doenças cardiovasculares e até câncer.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a redução do consumo de açúcar e a adição do mesmo nos alimentos, deve ser, no máximo, 10% das calorias diárias, salientando que se for possível reduzir para 5%, os benefícios para a saúde e o bem-estar seriam ainda maiores. Isto indicaria uma quantidade aproximada de 6 colheres de chá de açúcar, ou 25g, por dia, para uma pessoa adulta.
“Temos que lembrar que o açúcar e as substâncias adoçantes podem ser tão viciantes quanto drogas”, aponta Luana Rocha, nutricionista da Cyber Cross, referência em todo país no âmbito dos processos que envolvem a Analgesia, Recovery e Eletroestimulação.
“O açúcar pode estar escondido em vários alimentos que você nem imagina, como molhos prontos para salada, biscoitos salgados, pães, massas, salgadinhos, bebidas energéticas, entre outros. Isso sem contar aqueles alimentos industrializados em que o açúcar aparece com nomes diferentes, como maltodextrina, cana-de-açúcar evaporada, açúcar invertido e xarope de milho, só para citar alguns. É necessário sempre olhar a composição do alimento que está sendo ingerido e o quantitativo de açúcares”, explica Luana Rocha.
Conforme a OMS, atualmente no mundo, crianças tem consumido muito mais que o dobro da quantidade diária, “um crime” para saúde pública.
“Tomamos o exemplo dos refrigerantes, o preferido pelas crianças e por milhares de adultos. Em uma lata, a pessoa está ingerindo 10 colheres de chá de açúcar, sem nenhum valor nutricional. Em 20 minutos esse quantitativo cai na corrente sanguínea, que força a liberação de insulina pelo pâncreas. O fígado, órgão responsável por metabolizar os nutrientes e toxinas, fica sobrecarregado e o órgão começa a armazenar esse açúcar em forma de gordura. Esse é apenas uma parte ruim que esse nutriente, ingerido em excesso, faz ao nosso corpo”, explica Luana Rocha.
Tipos de açúcares
No mercado existem vários tipos de açúcares. Vale a pena conhecer alguns deles e suas composições para entender o que está sendo ingerido:
Refinado – É o famoso açúcar branco com grãos finos e irregulares, o mais conhecido e disponível. Passa pelo processo de refinamento com aditivos químicos para ficar branquinho, no entanto, retém todos as vitaminas e sais minerais, desta forma, considera-se uma “caloria vazia”.
Cristal – E um açúcar com cristais grandes, transparentes ou levemente amarelados. Passa apenas por um processo de refinamento, no entanto, não apresenta vantagens em relação à vitaminas e sais minerais. Ideal para preparo de doces.
Coco – É um açúcar leve, nutritivo e com menor teor calórico. Não passa pelo processo de refinamento, é rico em vitaminas e minerais e ideal para diabéticos, devido ao seu baixo índice glicêmico.
Mascavo – É um açúcar terroso, escuro e úmido, extraído depois do cozimento do caldo de cana. Não passa pelo processo de refinamento, sendo assim, conserva o cálcio, o ferro e os sais minerais. Todavia, apresenta o gosto forte, bem parecido com a sua matéria-prima e desagrada alguns paladares.
Demerara – Apresenta coloração mais clara que o mascavo. Passa pelo processo de purificação e refinamento, porém, não leva aditivos químicos, portanto, mantém os teores minerais da cana-de-açúcar.
“Vale muito a pena trocar alguns açúcares por adoçantes naturais como a estévia, frutas secas, mel, purê de maçã, óleo de coco, agave, chocolate amargo, canela, pasta de amendoim, entre outros. Pensar na saúde e no que está sendo consumido é importante para se manter em forma e saudável”, finaliza a nutricionista da Cyber Cross, Luana Rocha.