Da Redação
Com Lusa
O filme “O vendedor de passados”, a partir de um romance de José Eduardo Agualusa, pelo cineasta brasileiro Lula Buarque de Hollanda, abre na quarta-feira o FESTin – Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa, em Lisboa.
O realizador, o escritor e o protagonista, o ator brasileiro Lázaro Ramos, estarão presentes na abertura, no Cinema São Jorge na capital portuguesa. O filme, sobre um homem que é pago para inventar passados de outras pessoas, faz parte da competição oficial do FESTin.
Na sexta edição, a direção do FESTin sublinha a diversidade cultural dos países que o festival abarca, sublinhando “os diferentes sotaques” do cinema lusófono. Serão cerca de 90 filmes a exibir até ao dia 15 no cinema São Jorge, mas muitos são provenientes do Brasil.
A competição oficial, aliás, apresenta dez longas-metragens, sendo oito do Brasil e duas de Portugal – “A porta 21”, de João Marco, realizador que já tinha mostrado no festival a longa “Além de ti” (2013), e “Lura”, primeira obra de Luís Brás.
A competição de curtas-metragens apresenta 24 filmes a concurso, entre as quais se destacam “7 e meio”, de Mário V. Almeida (Cabo Verde), e as produções angolanas “Tchikena” e “Umukulu”, ambas de Nuno Barreto.
No FESTin está prevista ainda uma maratona de documentários, filmes para os mais pequenos e uma secção dedicada aos 50 anos da produtora Globo Filmes, na qual será mostrado “Tim Maia”, filme de Mauro Lima sobre o músico brasileiro Tim Maia.
Este ano, a organização presta homenagem a Timor-Leste e exibe o filme “Fraternuras – Domin Maun-Alin”, de Maria João Coutinho e Simion Doru Cristea, com cinco timorenses a falarem sobre o panorama atual da cultura do seu país.
Haverá ainda uma mesa-redonda intitulada “Timor, Janela Aberta”, que terá como foco principal a preservação da língua portuguesa no país. A programação dos eventos paralelos inclui vários debates, entre os quais “Culturas Digitais e Consumos Alternativos do Audiovisual: Oportunidades e Desafios para o Cinema em Português”.
O FESTin encerra no dia 15 com “Não pare na pista: A melhor história de Paulo Coelho”, filme de Daniel Augusto que se centra “em três momentos distintos da carreira do escritor brasileiro: a juventude, nos anos 1960; a idade adulta, nos anos 1980; e a maturidade, em 2013, quando refaz o Caminho de Santiago”.
O FESTin surgiu em 2010, com o objetivo de divulgar a cultura lusófona através do cinema. De acordo com a organização, na edição anterior, os 76 filmes foram vistos por 7000 espectadores.
No ano passado, o documentário “De armas e bagagens”, da realizadora portuguesa Ana Delgado Martins, e a ficção “Cores”, do realizador brasileiro Francisco Garcia, foram os principais premiados.