Os investimentos dos empresários da diáspora em Portugal

Por Daniel Bastos

No final do ano passado foi veiculada publicamente informação que revela que o volume de investimentos lançados, nos últimos dois anos, em Portugal, por empresários portugueses e lusodescendentes residentes em diferentes países, ronda os 100 milhões de euros.

Segundo dados da Secretaria de Estado das Comunidades, os projetos em que os empresários da diáspora mais têm investido são sobretudo na área do turismo, e concentram-se no Porto, Lisboa, Leiria, Viana do Castelo, Aveiro, Guarda e Setúbal.

Num período em que as projeções para a economia portuguesa apontam a continuação de uma trajetória de recuperação e crescimento, em linha com o projetado para o conjunto da área do euro, o investimento realizado no território nacional por empresários portugueses e lusodescendentes residentes em diferentes países, constitui assim um importante contributo para a riqueza nacional, e simultaneamente uma promissora oportunidade de negócio.

O impulso da diáspora na economia portuguesa tem robustecido essencialmente um dos principais motores das exportações nacionais e do crescimento do país, o turismo, contribuindo decisivamente para que Portugal continue um destino turístico de eleição.

Os efeitos destes investimentos têm igualmente um enorme impacto no desenvolvimento socioeconómico das regiões de origem dos empresários da diáspora, que por apego à sua terra canalizam muito dos seus capitais para os lugares que os viram nascer.

Os exemplos deste tipo de investimento bairrista com grande potencial de retorno por parte de empresários da diáspora abundam pelo território nacional. Ainda, por exemplo, no decurso do ano transato foi inaugurado mais um hotel do grupo Pestana na Madeira, designadamente o Santa Cruz Village Hotel, o primeiro investimento de um grupo de emigrantes na Venezuela que têm impulsionado o renascimento da hotelaria na Pérola do Atlântico.

O empreendedorismo da diáspora constitui deste modo não só um valioso ativo no desenvolvimento e coesão territorial nacional, mas também um ativo estratégico na promoção e reconhecimento internacional do nosso país, que tem nas suas comunidades espalhadas pelo mundo agentes dinâmicos da portugalidade.

 

Por Daniel Bastos
Historiador português, autor de “Gérald Bloncourt – O olhar de compromisso com os filhos dos Grandes Descobridores”.

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