Carnaval de rua 2018 em Lisboa com blocos brasileiros. Foto Sergio Pagano.
Da Redação
Com agencias
A folia brasileira atravessou o Atlântico para agitar a cidade de Lisboa neste carnaval. Até a terça-feira de carnaval, diversos grupos brasileiros saíram às ruas lisboetas, com muita música, fantasias e animação.
No domingo, foram os blocos Baque do Tejo, tocando maracatu, e o Bué Tolo, inspirado no Boi Tolo, que arrasta multidões no Rio de Janeiro.
No dia 12, a festa um “arraial de carnaval” aconteceu na Associação Renovar a Mouraria, instituição de Lisboa que tem uma forte relação com o Brasil.
Inês Andrade, presidente da associação, que tem como objetivo revitalizar o bairro histórico da Mouraria, em Lisboa, contou que, após viver um período no Brasil, entre Recife e Olinda, encontrou muitas semelhanças destas cidades com o bairro lisboeta.
“A Renovar a Mouraria” é muito inspirada em Olinda. Eu fui fazer uma pesquisa de mestrado lá e fiquei encantada. Quando regressei, comecei a imaginar, a ver a Mouraria como Olinda, com aquela dinâmica cultural tão intensa. A associação nasceu em 2008 e a Mouraria estava muito degradada e isso vinha de muitas décadas. O projeto surgiu no intuito de inverter este estigma”, disse Inês.
O evento teve concurso de máscaras, churrasco e uma moqueca de peixe com uma receita inventada por Inês. Tanto dentro como fora da associação, o repertório brasileiro esteve presente, assegura Inês.
No dia 13, a programação continuou com o Bloco Fuzuê, relembrando os carnavais brasileiros com ritmos como axé, marchinhas e sambas enredos, na Praça Martim Moniz, no centro da capital portuguesa.
Ainda, o carnaval no Village Underground, espaço com uma estrutura arquitetônica original que utiliza contêineres marítimos transformados em escritórios e dois ônibus convertidos em cafés e sala de reuniões.
Os blocos Colombina Clandestina e o Baque do Tejo, que já saíram durante o fim de semana, juntaram-se para a folia, com o bloco Bué Tolo.
Já o Colombina Clandestina, bloco carnavalesco que celebra o feminino, a diversidade e a deliciosa liberdade de viver a rua, saiu dia 10, na Alfama. O bloco foi criado pela “paixão pelas cores, cenários e pluralismo cultural de Alfama, misturada com a saudade do lúdico e tradicional carnaval de rua”, dizem as organizadoras Andréa Freire, Daniele Simões e Laura Lara.
Mas são muitas as atrações brasileiras em Portugal. Na Casa do Brasil de Lisboa, também o Tupinambloco de Carnaval fez uma grande festa carnavalesca junto com o Bué Tolo e Baque do Tejo com entrada livre.
Carnaval português
Portugal é um país que também vive a tradição do carnaval. Em alguns locais, como na Ilha da Madeira ou em cidades como Torres Vedras e Loures, há desfiles carnavalescos como os brasileiros, com carros alegóricos e fantasias produzidas ao longo do ano anterior.
Com uma população total de 10,3 milhões, a festa em Portugal é mais tímida. Até porque, enquanto no Brasil o carnaval acontece em pleno verão, em Portugal é inverno. E o clima, muitas vezes chuvoso e com temperaturas muito baixas, nem sempre convida para as festas de rua.
Saiba mais também sobre o carnaval deste ano em Ovar, Mealhada e Funchal na Ilha da Madeira.