Da Redação
Com Lusa
A Organização Mundial do Turismo (OMT) reviu em baixa as estimativas para o turismo internacional, prevendo recuos entre 1% e 3% este ano e perdas até 45 mil milhões de euros, devido ao coronavírus, segundo um comunicado.
A organização estima que as perdas oscilem entre os 27 mil milhões de euros (30 mil milhões de dólares) e 45 mil milhões de euros (50 mil milhões de dólares).
Antes do surto de Covid-19, a OMT previa um crescimento do setor entre os 3% e os 4% este ano, de acordo com a mesma nota.
“A primeira análise aponta para que a Ásia e Pacífico sejam as regiões mais afetadas, com uma queda estimada nas chegadas entre 9% e 12%”, segundo a OMT. A organização diz que é “prematuro” avançar com estimativas para outras regiões, tendo em conta a situação atual.
A OMT avisa ainda que quaisquer estimativas devem ser tratadas com “cautela” e que podem ser atualizadas.
A entidade pediu aos governos e organizações internacionais que incluam o setor como uma “prioridade nos planos e ações de recuperação” dos danos causados pelo novo coronavírus.
A organização destacou também que o turismo está ser confrontado com os desafios colocados pelo surto de Covid-19, tendo em conta que é uma atividade de elevado contacto pessoal.
Para a OMT, o turismo terá um papel “chave” na recuperação econômica futura e deve ser uma “prioridade” nos planos de governos e organizações internacionais.
A entidade pede assim apoio político e econômico para medidas de recuperação, sendo que, de acordo com o secretário-geral da OMT, Zurab Pololikashvili, “o setor é composto, em cerca de 80%, por pequenas e médias empresas, que estão particularmente expostas” aos problemas que envolvem o turismo.
Calma no setor
O presidente da Confederação do Turismo Português (CTP), Francisco Calheiros, apelou à “calma” a propósito do coronavírus, lembrando que o setor costuma ser o “primeiro a entrar em crise e o primeiro a sair”.
“O que nós temos dito, e aquilo que refletimos e que passamos aos nossos associados, é que neste momento é preciso ter calma, porque ainda se sabe pouco sobre o vírus. É uma realidade, é mau, as situações têm estado a acontecer”, disse Francisco Calheiros.
O responsável frisou que “nas várias crises que têm aparecido, costuma ser o primeiro setor a entrar na crise e o primeiro a sair da crise”, e que devido ao surto do novo coronavírus implicar mudanças nas deslocações das pessoas, o turismo entrou “mais depressa”.
“Há setores, e nomeadamente alguns dentro do turismo, que estão com problemas muito reais e muito concretos”, acrescentou.
Francisco Calheiros relembrou ainda que está marcada uma reunião para segunda-feira do Conselho Permanente da Concertação Social para responder ao surto de Covid-19, de forma a “ver quais são as ações que o Governo vai propor nesse sentido”.
Na sequência do surto de Covid-19, a Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) foi adiada para os dias 27 a 31 de maio, após as entidades públicas de turismo e várias associações do setor terem cancelado a sua participação no evento.
Também a TAP decidiu reduzir a capacidade num total de 1.000 voos, em março e abril, devido ao “forte abrandamento” nas reservas, em pleno surto de Covid-19.
O número de pessoas infetadas pelo novo coronavírus aumentou para 100.842, das quais 3.456 morreram, em 92 países e territórios, segundo um balanço divulgado pela agência noticiosa France Presse (AFP), com dados atualizados na sexta-feira.