Organização Pan-Americana da Saúde, no Brasil, diz que 10% dos brasileiros não são imunizados; grande maioria vive em áreas de mata. Ministério da Saúde diz que casos confirmados são de pessoas que viajaram para regiões de risco e entraram na mata sem vacina.
Mundo Lusíada E Rádio ONU
A Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, afirmou que a vacina é a melhor forma de prevenir a febre amarela. Numa entrevista exclusiva à Rádio ONU, o encarregado de doenças transmissíveis da organização, em Brasília, Ruben Figueroa, disse que a imunização, que pode ser obtida nos postos de saúde, é a melhor maneira de se proteger da doença. Eficácia "A conduta por excelência é a vacinação. É uma vacina acessível que tem uma eficácia superior a 95%. Mesmo que tenha algum efeito secundário indesejável, como qualquer outro medicamento ou vacina, isso acontece numa proporção infinitamente pequena da população vacinada", disse. Segundo Figueroa, é impossível garantir com 100% de segurança que a febre amarela urbana não retornará. "Em termos gerais, a Opas considera, há já alguns anos, que há risco no continente americano de reaparecimento da febre amarela urbana. Biologicamente, há condições para que isso aconteça", disse. Turistas O governo emitiu um alerta pedindo a turistas, que visitam áreas de mata, que se vacinem. Os dois casos da doença, com vítima fatal, foram detectados em pessoas que viajaram aos estados de Goiás e Mato Grosso do Sul. De acordo com o Ministério da Saúde, a febre amarela urbana foi erradicada no Brasil em 1942. A doença apresenta sintomas de febre, dor de cabeça, náuseas e dores no corpo, e é transmitida pela picada do mosquito infectado. Sobe número de mortes O total de mortes pela doença no país subiu para cinco, após mais dois casos confirmados no estado de Goiás. Os exames sorológicos divulgados pelo Laboratório Central de Goiás (Lacen) deram positivo para a doença nos casos do espanhol Salvador Perez de La Cal, e da aposentada Maria Geraldina Siqueira. Moradora de Mogi das Cruzes (SP), a aposentada passou as festas de fim de ano na cidade goiana de Rubiataba. Internado no dia 10 no Hospital de Doenças Tropicais, em Goiânia, La Cal morreu no último sábado, 12 de janeiro. Já a aposentada esteve internada em um hospital de Ceres, no sul do estado, e faleceu no dia 9. No dia 15, a Secretaria da Saúde do Paraná confirmou a morte de um homem de 47 anos que estava internado com febre amarela em um hospital de Maringá, no norte do estado. Ele morreu no dia 8 e tinha viajado no final do ano para Caldas Novas (GO). Segundo o Ministério da Saúde, todos os casos da doença confirmados até agora são de pessoas que viajaram para regiões de risco e entraram em área de mata sem estarem vacinadas. De acordo com o último balanço do ministério, há 27 casos suspeitos, dos quais seis foram descartados e seis foram confirmados. Não haverá epidemia Não há risco da febre amarela se transformar em uma epidemia no país, como ocorreu com a dengue, assegurou em 15 de janeiro o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Mas alertou: “Enquanto o Brasil tiver mata, macaco, mosquito e vírus, você vai ter a forma silvestre circulando”. O ministro frisou a necessidade de as pessoas se vacinarem. “O Brasil sempre recomendou e exigiu que as pessoas que viajem para regiões de mata para fazer ecoturismo, para trabalhar, para passear, se vacinem contra a febre amarela. Todos os casos que aconteceram até agora foram de pessoas que entraram na mata, não se vacinaram e contraíram a doença”, disse durante viagem a Cuba. “Existe uma vacina 100% eficaz e o Brasil é o maior produtor mundial desta vacina”, destacou.
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