Da Redação
Em mensagem apresentada na 13ª Conferência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o secretário-geral da ONU realçou que o mundo enfrenta “desafios muito complexos hoje para qualquer organização resolver sozinha”.
António-Guterres foi representado pelo chefe do Escritório Regional da ONU para a África Central, François Louncény Fall, no evento que juntou chefes de Estado, de governo e ministros este sábado (17) em Luanda. A cúpula coincidiu com o 25º aniversário do bloco lusófono.
Pilar econômico – Na ocasião, o novo presidente em exercício da CPLP e chefe de Estado angolano, João Lourenço, disse que a organização pode ser também uma força econômica relevante se atuar nesse sentido.
Como parte dos esforços para buscar meios de financiamento, João Lourenço sugeriu a criação de um Banco de Investimentos da CPLP. Com a adoção do pilar econômico, a expetativa é dar um “novo e importante conteúdo aos objetivos da organização” que junta nove países-membros.
A ONU destacou que a parceria com o bloco lusófono é essencial para ajudar a cumprir a promessa de Agenda 2030 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, e para garantir a paz duradoura e os direitos humanos para todos.
A mensagem do secretário-geral lembra os 4 milhões de mortes causadas pela “pandemia sem precedentes”. Milhões de pessoas foram empurradas para a pobreza extrema. Com o impacto da crise em várias dimensões foi destacada a vulnerabilidade compartilhada, bem como a necessidade de solidariedade e ação coletiva para levar a uma recuperação global.
Vacinas – Perto do segundo ano da crise, a ONU considera fundamental uma maior cooperação e coordenação internacionais para garantir a produção suficiente e a distribuição equitativa de vacinas.
Guterres realça que os esforços de recuperação exigirão uma resposta abrangente que aborde diferentes desafios. Essa atuação deve aproveitar as oportunidades emergentes em áreas como saúde, economia, sociedade, paz e segurança, direitos humanos e humanitária.
A ONU pediu o alívio da dívida e o aumento de recursos de instituições financeiras internacionais. A ajuda para enfrentar a crise da dívida após a pandemia deve ser estendida aos países de baixa e média rendas para garantir que ninguém seja deixado para trás.
Ainda sobre a recuperação pós-pandemia, as Nações Unidas consideram essencial que continue o ajuste dos países a novas realidades, garantindo ao mesmo tempo os “esforços em direção a um multilateralismo mais inclusivo e melhor conectado”.
“Essas ações devem ser sustentadas pela ação plena e significativa de mulheres e jovens, justiça entre gerações e participação dos que ainda estejam marginalizados. Também será essencial reforçar ainda mais os vínculos com a sociedade civil e o setor privado”.
A mensagem destaca que uma ação multilateral ambiciosa e coordenada pode ajudar a enfrentar os desafios atuais e futuros do mundo, incluindo situações que foram expostas e intensificadas pela pandemia.
As Nações Unidas prometeram continuar a cooperação com a CPLP e os seus Estados-membros através de uma agenda comum para construir um futuro sustentável e mais resiliente.