Da Redação
Com Lusa
As Nações Unidas disponibilizaram a Angola 6,4 milhões de dólares (5,7 milhões de euros) para ajudar o Governo a fazer face, nos próximos seis meses, à crise de seca no sul do país.
Em comunicado, as Nações Unidas anunciaram que a referida ajuda se enquadra no Fundo Central de Resposta a Situações de Emergência (CERF, na sigla em inglês) e deverão ser aplicados em projetos nas províncias do Cunene, Huíla, Bié e Namibe, para beneficiar 565.000 pessoas afetadas pela seca.
O atual CERF vai beneficiar cerca de 25% do total de 2,3 milhões de pessoas que as Nações Unidas estimam estarem a ser afetadas pela seca e consequente insegurança alimentar no sul de Angola.
“O Fundo de Emergência (CERF será dirigido às populações mais vulneráveis e com maiores carências que residem nos municípios das quatro províncias mais afetadas (Cunene, Huíla, Bié e Namibe)”, refere o documento.
As áreas de nutrição, água e saneamento, agricultura e segurança alimentar, saúde e proteção são as que vão merecer a atenção do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) e Organização das Nações Unidas para a Saúde (OMS), as agências encarregues de implementar as ajudas.
O documento sublinha que 44% do total do fundo será direcionado à nutrição, 27,8% à água e saneamento e o restante será dividido entre os projetos de saúde, segurança alimentar e agricultura e proteção.
“O severo impacto da seca no sul tem levado à deterioração rápida dos meios de subsistência da população. Segundo dados do Governo provincial do Cunene, o número de pessoas que precisam de ajuda humanitária nessa província aumentou de cerca de 250 mil, em janeiro de 2019, para 860 mil em março deste ano, o que representa já 80% do total da população da província”, realça a nota.
A ONU estima que 2,3 milhões de pessoas não estão em condições de satisfazer as suas necessidades nutricionais nas quatro províncias mais afetadas, sendo que cerca de 490 mil são crianças com menos de cinco anos.
O apoio inclui igualmente a saúde e proteção de cerca de 37 mil mulheres grávidas.
As Nações Unidas consideram que para fazer face à crise e situação de emergência que o país vive seriam necessários 92 milhões de dólares (82,4 milhões de euros), pelo que os 6,4 milhões de dólares disponibilizados correspondem a 6,9% do total das necessidades estimadas.