Mundo Lusíada com Lusa
A Organização das Nações Unidas (ONU) considera que, em sociedades com baixa fecundidade e altas taxas de envelhecimento, a imigração será “o principal motor da mudança” e de dinamização demográfica até 2100.
No relatório ‘Perspetivas da População Mundial 2024’, publicado neste dia 12 e elaborado pelo Departamento de Assuntos Económicos e Sociais, a ONU pormenorizou que as migrações internacionais serão o primeiro fator de dinamização populacional em 52 países até 2054 e que este número subirá para 62 nações até 2100.
“A migração internacional está entre as principais tendências demográficas que estão a moldar o nosso mundo. Se gerirmos os desafios e aproveitarmos as oportunidades, podemos acelerar os esforços para alcançar um desenvolvimento inclusivo e sustentável”, sublinhou a ONU, no documento.
O relatório especifica que para os países com níveis de fertilidade “relativamente baixos”, citando a Austrália, o Canadá e os Estados Unidos, a imigração fará com que continue o aumento da população.
Nos Estados Unidos, por exemplo, a população em 2054 e 2100 seria inferior em 13% e 36%, respetivamente, “sem a contribuição da imigração”, é referido no estudo da ONU.
Somada à redução da mortalidade, a imigração “ajudará a compensar” uma taxa de fertilidade inferior à de substituição (2,1 filhos por mulher) e permitirá que a população continue a aumentar também em países como a Dinamarca, Finlândia, Islândia, Irlanda, Países Baixos, Noruega e Suíça.
“Numa população fechada à migração, quando a fertilidade se mantém abaixo do nível de substituição por um período prolongado, o número de mulheres em idade reprodutiva começa a diminuir”, alertou a ONU.
Quanto ao fator emigração, a ONU considerou que, em geral, “não tem um impacto importante” na dimensão da população dos países de origem dos emigrantes, exceto naqueles com “fertilidade ultrabaixa” (menos de 1,4 filhos por mulher), onde “é provável que contribua significativamente para reduzir” o seu número de habitantes até 2054.
Lusófonos
O total de habitantes do planeta poderá atingir o pico neste século, segundo as Nações Unidas. O Relatório Perspectivas da População Mundial 2024 revela que um quarto das pessoas vive em um país cuja população está no auge.
Pela publicação lançada nesta quinta-feira, a população global atingirá o máximo em meados da década de 2080 após crescer nos próximos 60 anos. A alta será dos 8,2 bilhões em 2024, para cerca de 10,3 bilhões, em meados da década de 2080, avançou a ONUNews.
A projeção do Departamento dos Assuntos Econômicos e Sociais, Desa, destaca que depois desse aumento o número de habitantes do planeta retornará para cerca de 10,2 bilhões até o final do século.
O levantamento da ONU aponta Portugal como um dos 63 países e áreas que atingiram o pico da população este ano, incluindo China, Alemanha, Japão e Rússia. A população do grupo poderá diminuir em 14% nos próximos 30 anos.
A previsão é que Brasil e Cabo Verde atinjam o máximo de habitantes em 30 anos. Entre 2025 e 2054 estima-se que a população deve alcançar o maior número em 48 países e áreas, incluindo Irã, Turquia e Vietnã.
Angola poderá ter um crescimento muito rápido, com sua população total dobrando entre 2024 e 2054. Em 126 países, incluindo Índia, Indonésia, Nigéria, Paquistão e Estados Unidos, a população aumentará e, potencialmente, atingirá o pico na segunda metade do século ou mais tarde.
No caso de Guiné-Bissau, Moçambique, Timor-Leste e São Tomé e Príncipe as populações continuarão crescendo até atingir seu auge entre o final do atual e o princípio do próximo século.