Mundo Lusíada
Com agencias
A Plataforma Portuguesa das Organizações Não Governamentais para o Desenvolvimento anunciou a suspensão das funções de observadora consultiva da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), na sequência da adesão da Guiné Equatorial.
Em carta dirigida ao secretário executivo da CPLP, com conhecimento do secretário de Estado da Cooperação, dos embaixadores dos Estados-membros da CPLP e dos restantes observadores consultivos, a Plataforma comunica ainda que, na próxima assembleia-geral, “será levada a votação a proposta de exclusão definitiva como observadora consultiva” da organização lusófona.
“A CPLP não é – nem pode converter-se – num clube de negócios, em que os interesses estritamente econômicos de uma elite se sobrepõem aos direitos humanos e à dignidade de muitos”, considera a Plataforma, presidida por Pedro Krupenski e que integra várias organizações.
A Plataforma “lamenta profundamente a deliberação unânime sobre a adesão da Guiné Equatorial como membro de pleno direito na CPLP”, que, em seu entender, viola os estatutos da organização, regidos pelos princípios do primado da paz, da democracia, do Estado de Direito, dos direitos humanos e da justiça social.
Na Guiné-Equatorial, a oposição, Coligação para a Restauração de um Estado de Direito (CORED), felicitou a iniciativa. Em comunicado, a CORED considera “corajosa” a decisão da plataforma, e um “protesto” contra a atitude assumida pela CPLP de “receber o déspota que dirige o nosso país há 35 anos” declarou.
Para a oposição ao regime do Presidente Teodoro Obiang, a Plataforma das ONG portuguesas também deu “um sinal inequívoco de solidariedade para com o povo oprimido da Guiné-Equatorial, na sua luta desigual contra o regime ultrajante e seus associados internos e externos”. A CORED diz que “a situação sociopolítica na Guiné-Equatorial é a descrita pela Plataforma mas alguns preferem ignorar, porque uma gota de petróleo é mais cara do que uma gota de sangue”.
Indonésia prepara pedido
A Indonésia também vai formalizar um pedido de estatuto de observador associado da CPLP nas “próximas semanas ou meses”, disse à agência Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiros da Indonésia, Marty Natalegawa.
O ministro indonésio fez saber que esse passo depende apenas daquilo que forem os procedimentos necessários, admitindo desconhecer todas as possibilidades de participação e, como tal, não descartando um eventual pedido de adesão como membro permanente.
O desejo da Indonésia vir a ser observador associado foi inicialmente manifestado em 2008, pelo então embaixador da Indonésia em Portugal, Francisco Lopes da Cruz, mas nunca houve uma formalização.