Onda Bienal de Gaia 2020 vai levar exposições a Espanha e Brasil

Vila Nova de Gaia, Porto. Foto: Antônio Amen

Da Redação
Com Lusa

A expansão internacional do projeto Onda Bienal de Vila Nova de Gaia é a grande novidade para 2020, que vai também procurar a “afirmação do escritor Valter Hugo Mãe como artista” e homenagear o pintor Avelino Rocha.

O coordenador do projeto, Agostinho Santos, presidente da Cooperativa Cultural Artistas de Gaia, disse estar convencido de que a bienal do conselho está a “sair cada vez mais da região norte e a ir ao encontro de outras civilizações, países e comunidades artísticas”.

“[Vamos organizar] duas exposições na Galiza e no Rio de Janeiro, com artistas galegos e brasileiros. Temos a certeza que é um passo importante para a internacionalização. Fomos convidados por artistas de ambos os lados. Não escolhemos os países por opção, recebemos convites para fazermos lá iniciativas e dissemos que sim”, explicou o responsável pela Onda Bienal, que realiza o projeto juntamente com o apoio da câmara municipal local.

A Onda Bienal é implementada nos anos de interregno da Bienal de Vila Nova de Gaia, que Agostinho Santos quer expandir para fora do concelho e ir “ao encontro de outros municípios”, de forma a “contribuir para a descentralização da arte”, estando, por isso, previstas exposições noutros municípios.

Outra das novidades vai ser a exposição de desenhos e pinturas de Valter Hugo Mãe, uma face menos conhecida do escritor que Agostinho Santos quer “consagrar como figura no universo artístico”.

“O que espero é que o Valter [Hugo Mãe] continue a desenhar e a pintar também como escreve as suas histórias e livros e é isso que está a acontecer. Embora muito timidamente, está a dar passos e a expor-se mediante um público perante aquilo que vai fazendo. Espero uma grande exposição, cheia de imaginação e criatividade como ele imprime nas suas obras”, referiu.

A homenagem ao pintor Avelino Rocha vai ser feita com uma exposição antológica entre maio e junho, já que o artista celebra 80 anos em 2020, com “provas dadas” e a organização sentiu que era “importante divulgar cada vez mais a sua obra” e levá-la “ao encontro das pessoas”.

O programa do projeto prevê ainda a antecipação do tema da Bienal de 2021, que é a democracia, pretendendo “sensibilizar e desafiar os artistas” para a questão da democracia na arte, com uma série de debates e ciclos de cinema que vão decorrer Salão Nobre da Casa-Museu Teixeira Lopes e no Gabinete da Bienal, respetivamente.

Há ainda projetos que vão ser lançados e ainda não estão fechados, nomeadamente a Maratona do Desenho, uma experiência que já aconteceu em Vila Nova de Gaia, em que mais de 50 artistas desenharam ininterruptamente ao longo de 48 horas.

“Queremos alargar para uma segunda edição, mas ainda não sabemos o sítio e data exata. É uma iniciativa muito boa que quer sensibilizar os artistas para a importância do desenho. O desenho é a essência de tudo, da arte, onde tudo começa. Queremos convocar os nossos artistas da Onda Bienal para a importância do desenho e estamos a pensar em fazer uma maratona dedicada a essa área”, revelou.

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