Mundo Lusíada
Com agencias
A diretora regional da Organização Mundial da Saúde, OMS, para Europa afirmou que todos os países do continente onde o Aedes aegypti está presente podem estar em risco de propagação do vírus zika. Em comunicado, Zsuzsanna Jakab fez um alerta: “agora é o momento para os países se prepararem para reduzir o risco a suas populações”.
Ainda na nota, ela afirma que como “não há vacina nem tratamento para a doença”, é preciso proteger a região barrando a doença em sua fonte. Viajantes infectados com o zika entraram na Europa, mas a doença não foi transmitida adiante pois o mosquito está inativo. Com a chegada da primavera e do verão, o risco da propagação do vírus aumenta.
A representante da OMS fez um apelo aos países europeus para que trabalhem de forma coordenada com as seguintes medidas: controle dos mosquitos, incluindo o envolvendo das comunidades e informando às pessoas em risco, especialmente mulheres grávidas, sobre prevenção às picadas.
Outras ações incluem aumentar a vigilância, garantir a detecção em laboratório da doença do vírus zika e suas complicações neurológicas e aumentar a pesquisa para entender a doença e desenvolver testes de diagnóstico e vacinas.
Zsuzsanna Jakab afirmou ainda que a OMS está pronta para apoiar os países da região na prevenção do vírus zika. Com base nas informações disponíveis, a OMS não recomenda restrições a viagens ou comércio relacionadas ao zika. Como medidas de precaução, governos podem emitir recomendações para suas próprias populações.
Segundo a representante da agência, pessoas viajando a áreas de alto risco devem tomar medidas para se proteger de picadas de mosquito. Mulheres grávidas, ou que estejam planejando engravidar, devem tomar cuidado extra e podem, também, consultar suas autoridades de saúde locais se estiverem viajando para algum país com transmissão em curso.
Na segunda-feira, a OMS declarou a situação com o vírus zika e a microcefalia uma “emergência de saúde pública de preocupação internacional“. Segundo a agencia da ONU, 32 países relataram a transmissão com o vírus desde 2015, a grande maioria na região das Américas, incluindo o Brasil.
Brasil: Engajamento
Em cadeia nacional de rádio e televisão, a presidente brasileira fez, na noite de 3 de fevereiro, uma convocação a todos os brasileiros para que se engajem no que chamou de “luta urgente” contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor do Zika.
Por meio de uma gravação em vídeo, exibida em todos os canais abertos de televisão, Dilma insistiu que o “principal instrumento” de combate ao mosquito é evitar o nascimento do inseto. No pronunciamento, ela disse que queria transmitir uma “palavra especial de conforto” às mulheres grávidas, garantindo que o governo federal fará “absolutamente tudo” para apoiar as crianças atingidas por microcefalia, malformação em bebês que está relacionada ao vírus.
“O governo está colocando todos os recursos financeiros, tecnológicos e humanos necessários nesta luta em defesa da vida”, acrescentou Dilma. Ela mencionou, em seguida, parcerias internacionais que o governo brasileiro tem feito para o desenvolvimento de vacina contra o Zika “o mais depressa possível”. Uma das pesquisas já foi acertada com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
Embora tenha informado que mais de dois terços dos criadouros estejam nas residências, segundo ela “todos os prédios do governo” serão inspecionados. Na mensagem, ela lembrou da ação que será feita no próximo dia 13, quando 220 mil homens das Forças Armadas percorrerão 356 municípios em busca de focos do inseto e para conscientizar os moradores.
Técnicos
Segundo o Ministério da Saúde, técnicos do Centro de Controle e Combate a Doenças dos Estados Unidos chegarão ao Brasil no dia 11 de fevereiro para definir um cronograma para o combate ao vírus.
O ministro foi a Montevidéu para a reunião de ministros da Saúde do Mercosul e de outros países da América Latina, como México, Colômbia, Peru, Suriname e Venezuela. Em sua apresentação no encontro, Marcelo Castro anunciou que o Brasil fornecerá treinamento a agentes de saúde do Mercosul, para que possam fazer um diagnóstico mais rápido da contaminação pelo vírus Zika, com procedimentos desenvolvidos por especialistas brasileiros.
O Brasil confirmou 17 casos de microcefalia e/ou anomalias do sistema nervoso central relacionados ao vírus Zika, entre os 404 casos registrados. Ainda estão sendo investigados pelo Ministério da Saúde e pelas secretarias estaduais de Saúde 3.670 casos suspeitos de microcefalia, de acordo com boletim divulgado dia 2 pelo ministério.
Até o momento, estão com circulação autóctone do vírus Zika 22 unidades da federação. São elas: Goiás, Minas Gerais, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Roraima, Amazonas, Pará, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.