O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina e o ministro Pedro Siza Vieira, com Paddy Cosgrave, CEO da Web Summit, na abertura do evento. MIGUEL A. LOPES/LUSA
Da Redação
Com agencias
“Se olharmos para os próximos dez anos, a única coisa de que temos a certeza é que o ritmo da mudança será ainda mais rápido”, do que tem sido até agora, afirmou o Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza vieira, na abertura da WebSummit em Lisboa.
O Ministro acrescentou que “a tecnologia mudará e ajudará a solucionar muitos dos problemas atuais, mas também criará alguns problemas novos” devido a essa mudança, e “à medida que as mudanças acontecem, teremos de enfrentar situações novas que terão efeitos importantes para todas as comunidades e para toda a humanidade”.
Pedro Siza Vieira lembrou o início da WebSummit, “há 10 anos, quando umas centenas de empreendedores se encontraram com alguns investidores, fizeram alguns negócios que deram origem à ascensão de algumas empresas muito interessantes”.
“Dez anos depois, a visão é muito diferente e o ritmo de mudança na WebSummit reflete o ritmo de mudança da sociedade digital que está a ter lugar, em que as coisas estão a avançar muito depressa”, disse ainda.
Siza Vieira referiu que conversas entre Governos, empresas, investidores, interessados, cidadãos, organizações não-governamentais vão continuar a acontecer e a WebSummit, daqui a 10 anos, vai ser o lugar onde essas conversas vão ter lugar.
“No século XVI, Lisboa era a capital da primeira globalização. Tínhamos comerciantes, cientistas, navegadores de todo o mundo que vinham para cá, trocavam ideias, criavam valor para toda a humanidade e abriam os tesouros de um mundo que, na altura, era desconhecido”, afirmou.
Desde então, “Lisboa tem estado aberta ao mundo e tem sido um lugar onde comunidades, culturas, pessoas diferentes se têm encontrado”.
O Ministro disse ainda que “nos próximos 10 anos, esta parceria entre a WebSummit e Portugal vai ser o lugar onde estes debates sobre a transformação digital vão acontecer”, acrescentando que “Portugal vai receber-vos, a vós e a outros como vós, nos próximos anos, com o mesmo calor humano com que o temos feito ao longo dos últimos 500 anos”.
Cidade de empreendedores
Já o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, disse que Lisboa será “uma cidade de empreendedores e cientistas” nos próximos três dias da Web Summit, apontando a capital portuguesa como “aberta e tolerante”.
“Vão encontrar uma das cidades mais abertas que poderão encontrar em todo o mundo”, realçou Fernando Medina, na cerimônia de abertura da cimeira de tecnologia, ao lado do cofundador e presidente executivo da Web Summit, Paddy Cosgrave.
No discurso de boas-vindas aos cerca de 70 mil participantes na cimeira tecnológica, Fernando Medina apresentou Lisboa como uma cidade que “viaja através da inovação” e que uma das melhores demonstrações é a Web Summit.
Fernando Medina recordou também algumas conversas com Paddy Cosgrave, há cerca de quatro anos, quando se discutia a realização do evento em Lisboa.
“Paddy juntou-se a nós (…) e nos últimos anos criamos um enorme progresso de inovação e transformação [em Lisboa]”, referiu o autarca socialista, adiantando que os milhares de participantes também vão encontrar uma cidade comprometida com as alterações climáticas, fazendo alusão à Capital Verde Europeia 2020.
A cerimônia de abertura da cimeira tecnológica ficou marcada por um atraso de 15 minutos devido ao reforço do controle de segurança.
No início do evento, o cofundador e presidente executivo da Web Summit, Paddy Cosgrave, agradeceu às forças de segurança portuguesas, que decidiram à última hora reforçar o controle de mochilas.
Fundada em 2010 por Paddy Cosgrave, Daire Hickey e David Kelly, a Web Summit é considerada um dos maiores eventos de tecnologia, inovação e empreendedorismo do mundo e evoluiu em menos de seis anos de uma equipa de apenas três pessoas para uma empresa com mais de 150 colaboradores.
A cimeira tecnológica, que nasceu em 2010 na Irlanda, passou a realizar-se em Lisboa desde 2016, vai manter-se na capital até 2028, depois de, em novembro do ano passado, ter ficado decidida a permanência da conferência em Portugal por mais 10 anos, após uma candidatura com sucesso.
O evento realiza-se em Lisboa até quinta-feira.